A primeira exportação de guaraná foi realizada em 1852, com destino a Europa. Já no início do século XX, em 1907, surgiu em Manaus a primeira fábrica de guaraná do país, a Andrade, que funcionou até a década de 70. Por causa da crescente popularização do produto durante os anos seguintes, a companhia Antarctica Paulista lançou, em 1921, o primeiro refrigerante feito à base de guaraná no Brasil Com a industrialização no país, novas fábricas foram surgindo, inclusive a do guaraná Baré, em Manaus, durante os anos 40.
Em 1961, o primeiro plantio de guaranazeiro com fins comerciais ocorreu na Bahia, no município de Ituberá. Na década seguinte, o município de Maués também recebeu a implementação de um plantio de guaranazeiro, feito pela Antarctica, como decorrência da lei do suco.
Nos anos 80, os negócios envolvendo o guaraná continuavam se expandindo, principalmente na região amazônica. Naquela época, o governo do Estado do Amazonas financiou a produção de 100 mil mudas de guaranazeiro pelo processo de enraizamento de estaca e, em 1982, as normas e padrões sobre a classificação do guaraná foram regulamentados pelo Ministério da Agricultura. Isso abriu espaço para Manaus lançar um programa nacional de estímulo ao desenvolvimento do guaraná.
A partir de meados da década de 90, o guaraná já começava a ganhar o mundo ao conquistar consumidores de outros países. A primeira exportação ocorreu em 1995 e envolveu mais de duas toneladas de guaraná orgânico. Para fechar o sucesso do produto durante o século XX, em 1999 foi assinado um contrato de franquia internacional, o International Masters Franchising Agreement. Desta forma, o Brasil passou a distribuir guaraná para mais de 175 países.
O início do século XXI foi marcado por diversas exportações do produto. Em 2001, por exemplo, o país exportou 21 toneladas de um energético à base de açaí e guaraná para os Estados Unidos. Em 2006, foi concluído o sequenciamento genético do fruto do guaraná, realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e da Rede Amazônia Legal de Pesquisa Genômicas (Realgene). Já no ano de 2011, foram lançados cultivares de clones de guaraná BRS Cereçaporanga, BRS Mundurucânia, BRS Luzéia e BRS Andirá, que produzem em média 1,5 kg de semente seca por planta.
Em 2012, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) iniciou suas atividades com o guaraná da Floresta Estadual de Maués e, nos anos seguintes, passou a apoiar o Projeto de Plano de Safra, uma iniciativa desenvolvida em parceria com a Coca-Cola Brasil. Desde então, o projeto utiliza as boas práticas agrícolas para trabalhar com a o cultivo da cultura do guaraná nativo por meio de sementes nativas e com foco na geração de renda.
A produção do guaraná no município de Maués vinha declinando nos últimos, principalmente por conta da introdução de cultivos de guaraná oriundos de plantas clonadas, que apresentam boa produtividade, mas curta longevidade, além de serem bastante exigentes em nutrientes.
Além disso, os produtores de Maués costumavam, tradicionalmente, cultivar seus guaranazais sem quaisquer orientações técnicas. Neste sentido, a FAS tem incentivado o resgate dos guaranazais antigos por meio de atividades técnicas que garantem a produtividade dos guaranazais, mesmo aqueles inicialmente considerados improdutivos, e evitam queimadas nas florestas.
A FAS também leva a sério o respeito e o protagonismo do conhecimento tradicional dos guaranacultores, reunindo o incremento das boas práticas socioambientais e de produção da agricultura sustentável.
Saiba mais sobre a produção do Guaraná na Série Soluções da FAS