A importância da colaboração para o fortalecimento de um ecossistema sustentável, incluindo ações para desenvolver o biodesign e uma moda mais inclusiva, e que respeita o meio ambiente, foram os destaques apresentados pela facilitadora do Hub de Bioeconomia Amazônica, Marysol Goes, durante a 7ª edição do Brasil Eco Fashion Week (BEFW), realizado semana passada em Belém (PA).
O evento promoveu uma série de exposições e palestras que incentivam práticas de sustentabilidade na indústria da moda brasileira. Marysol Goes participou da roda de conversa “HUBs Criativos de Moda e Design”, onde destacou a força da articulação coletiva para o alcance da sustentabilidade na região amazônica.
“A moda vem como uma difusora de novas tendências, de novas narrativas, que posiciona de fato a Amazônia no centro de um resgate natural, simbólico e criativo, do qual ela sempre pertenceu. […]. A natureza de empreendimentos, essencialmente da Amazônia mais remota, é coletiva e baseada no associativismo. Ou seja, tem em seu ‘DNA’ a colaboração. Para nós, é muito claro que a bioeconomia com a qual trabalhamos se trata daquela conectada às cadeias produtivas regionais, ao manejo, ao cultivo e aos arranjos sustentáveis e, principalmente, que geram valor para as comunidades locais”, esclarece.
Nascido em 2020, o Hub de Bioeconomia Amazônia é resultado de uma parceria entre a Green Economy Coalition (GEC) e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), instituição responsável por sua secretaria executiva. Atualmente, a rede possui mais de 150 organizações e lideranças conectadas na promoção de uma bioeconomia inclusiva na Amazônia.
Marysol também falou sobre os desafios logísticos que atrasam o desenvolvimento na região. “Essas particularidades [logísticas de distância, preço e infraestrutura] precisam ser levadas a um nível exponencial quando se formulam políticas públicas e que as populações amazônidas sejam ouvidas, e estejam nos centros desses debates. Mas não apenas nos Diálogos Amazônicos (que aconteceu em Belém, como atividade pré-Cúpula da Amazônia). Elas precisam se sentir parte durante todo o ano, não apenas em um evento pontual”, enfatiza.
Para ela, a solução começa com o fortalecimento de lideranças comunitárias, na base. “Começa com protagonismo e condições para que surjam lideranças desses territórios e que elas possam ser apoiadas”, finaliza.
Capital impaciente, estigmas sociais e conhecimento raso sobre as diferentes realidades da Amazônia também foram provocações da facilitadora em sua participação na roda de conversa.
Além de Marysol Goes, a roda de conversa recebeu a participação do diretor executivo da Plataforma Brasil Eco Fashion (BEF), Rafael Morais, que fez a mediação, e da idealizadora da marca Naisha Cardoso Atelier e coidealizadora do Hevea Hub, Naisha Cardoso; e coidealizadora do Hevea Hub, Isabela Canto.
Os debates da conferência “Conectando Brasilidades” estão disponíveis gratuitamente no perfil da BEFW no Facebook: web.facebook.com/brasilecofashionweek/.
Sobre o Hub de Bioeconomia Amazônica
O Hub de Bioeconomia Amazônica é uma rede local, regional e global que conecta e articula organizações e lideranças para amplificar soluções para uma bioeconomia inclusiva na Amazônia. É secretariada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e vinculada à Green Economy Coalition (GEC), uma das maiores alianças globais de organizações multissetoriais engajadas na promoção de uma economia verde e justa no mundo.
Acesse https://bioeconomiaamazonia.org/ e saiba mais.
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia por meio de programas e projetos nas áreas de educação e cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, infraestrutura comunitária, empreendedorismo e geração de renda. A FAS tem como missão contribuir para a conservação do bioma pela valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade e pela melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia. Em 2023, a instituição completa 15 anos de atuação com números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 40% no desmatamento em áreas atendidas entre 2008 e 2021.