Em outubro, a convite da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), organização conheceu empreendimentos amazônidas que aliam turismo e conservação da natureza
O turismo, planejado e protagonizado pelas comunidades locais, é uma das forças econômicas que estão em crescimento na Amazônia. Nas margens direita e esquerda do Rio Negro, por exemplo, se encontram exemplos de iniciativas que proporcionam ao turista uma experiência genuína e respeitosa com a natureza e as culturas regionais e, aos moradores, renda e valorização aos seus territórios.
Com o objetivo de apresentar exemplos de empreendimentos turísticos, sustentáveis e de base comunitária, a Amazon Investor Coalition, com apoio do Programa de Empreendedorismo da Fundação Amazônia Sustentável, realizou em outubro uma visita técnica e missão de reconhecimento em comunidades ribeirinhas do Rio Negro com a Amazon Investor Coalition (AIC).
“Foi uma agenda de reconhecimento, interação e integração com os empreendedores do turismo para entender desafios, oportunidades, investimentos, necessidades, anseios, perspectivas, para que de alguma forma se consiga ter melhor compreensão do diagnóstico dessa Amazônia mais real que está nas comunidades, com os empreendedores”, informa Wildney Mourão, gerente do Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da Amazônia (Pensa) da FAS.
Um dos empreendimentos visitados foi a Pousada Garrido. Localizada em Tumbira, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro no estado do Amazonas, a pousada é gerida por membros da comunidade e oferece, além de alojamento e alimentação baseada na culinária amazônica, pacotes de passeios turísticos que integram a natureza com os conhecimentos locais.
Representando a Amazon Investor Coalition (AIC), o diretor de Mobilização de Rede Global da plataforma, Ricardo Politi, relata que só pôde “entender o contexto local da Amazônia quando tive a oportunidade de me hospedar nas comunidades ribeirinhas. Pude vivenciar na pele os desafios logísticos, de conectividade e de energia, mas acima de tudo, perceber que existem soluções sendo criadas por empreendedores locais, como o Roberto (Garrido, proprietário da Pousada Garrido) de Tumbira”.
Para Marysol Goes, facilitadora do Hub de Bioeconomia Amazônica, conectar investidores e empreendedores de outros ecossistemas do Brasil com o “chão da floresta” para vivenciarem a realidade de comunidades ribeirinhas da Amazônia é uma forma de promover intercâmbio de experiências, além de evidenciar que uma bioeconomia amazônica inclusiva baseada nos serviços e conhecimentos das populações tradicionais não é apenas possível como já está em curso na região.
“Existem soluções da Amazônia e para a Amazônia que precisam ser mais visibilizadas e amplificadas. As experiências em Tumbira e Santa Helena são um exemplo concreto disso”, conclui Marysol.
A experiência de conhecer os empreendimentos turísticos da região do Rio Negro mostrou, segundo Politi, que “salvar a Amazônia não significa apenas manter a floresta de pé utilizando tecnologia exponencial, mas também incentivar o surgimento de negócios de base comunitária que ao mesmo tempo valorizam a floresta e promovem prosperidade econômica e social para as pessoas que ali habitam”.
Sobre a Amazon Investor Coalition
A Amazon Investor Coalition (AIC) é uma plataforma que une atores e organizações interessadas em aumentar o desenvolvimento econômico amigo da floresta e o estado de direito em toda a região amazônica. Um dos eixos principais de atuação da coalização é o investir em uma bioeconomia amazônica regenerativa como forma de combater a crise climática global.
Sobre a Fundação Amazônia Sustentável
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) há mais de uma década apoia empreendimentos de turismo de base comunitária na Amazônia, como a Pousada Garrido. As ações envolvem fomento à capacitação técnica, inovação e geração de oportunidades reais para que empreendedores da Amazônia tenham possibilidade de criar e desenvolver seus próprios negócios.
Sobre o Hub de Bioeconomia Amazônica
O Hub de Bioeconomia Amazônica é uma parceria entre a Green Economy Coalition (GEC) – a maior aliança global de organizações multissetoriais engajadas na promoção de uma economia verde e justa no mundo – e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) – organização reconhecida como a maior instituição amazônica atuante na região, e eleita melhor ONG do Brasil em 2021, segundo o ranking do Prêmio Melhores ONGs.
O Hub atua a partir de cinco eixos estratégicos que visam endereçar os principais desafios para a promoção da bioeconomia amazônica, sendo eles: geração de conhecimento; construção de capacidades locais; articulação multissetorial; apoio à políticas públicas regionais de bioeconomia; e fomento a mecanismos financeiros aderentes à realidade amazônica.
Saiba mais em https://bioeconomiaamazonia.org/