Fonte: Fundo Vale
Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, realizada na última semana em Belém, trouxe ações concretas desenvolvidas pela Vale na região, como o apoio à bioeconomia
É possível gerar desenvolvimento econômico alinhado a práticas de conservação da biodiversidade, proteção da floresta e valorização dos povos tradicionais, gerando emprego e renda para a população. Mais do que uma afirmação, esse deve ser um compromisso do setor privado na região amazônica, considerada um lugar estratégico no debate mundial sobre mudanças climáticas.
Essa é uma das pautas levantadas durante a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, realizada de 30 de agosto a 1º de setembro, em Belém, organizada pelo Ibram — Instituto Brasileiro de Mineração. Durante três dias, especialistas, profissionais de setores vinculados às novas economias, gestores públicos, empresários, organizações da sociedade civil e comunidades de povos ancestrais e originários estiveram reunidos buscando discussões sobre um futuro sustentável para a Amazônia, por meio da conservação da região, do desmatamento líquido zero e promoção do bem-estar social para as suas populações.
A mesa inaugural, “O que Amazônia oferece e que o mundo precisa”, contou com a participação de Eduardo Bartolomeo, presidente da Vale; Denis Minev, diretor-presidente da Bemol; Izete dos Santos Costa, diretora da Filha do Combu Chocolates e Doces Artesanais; Joanna Martins, CEO e diretora de Operações da Manioca; Neidinha Suruí, da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé; Puyr Tembé, secretária de Povos Tradicionais do Pará; e Oskar Metsavaht, da Osklen, do Instituto-E e embaixador da Boa Vontade da Unesco para Sustentabilidade.
Bartolomeo destacou que a Vale está há quase 40 anos na região e, no decorrer dessas décadas, vem direcionando cada vez mais o olhar para a manutenção da floresta em pé e garantia da qualidade de vida das populações locais. O presidente da Vale citou como exemplo o projeto desenvolvido no Mosaico de Carajás.
A Vale concentra cerca de 60% de toda a sua produção de minério de ferro na região, mas ocupa cerca de 2% com sua operação da área. Nos últimos dez anos, foram investidos mais de R$ 1 bilhão em ações de conservação, pesquisa, desenvolvimento territorial e incentivo à cultura. A operação da Vale em Carajás começou em 1985 e, desde então, a empresa auxilia na manutenção da Floresta Nacional de Carajás.
“Temos uma oportunidade única no Pará e na Amazônia de desenvolver novos modelos econômicos, que com certeza vão proteger a floresta e as pessoas. Faz parte da estratégia da Vale integrar a natureza ao negócio. Mas só vamos conseguir fazer isso se for junto”, declarou Bartolomeo.
Durante sua fala, Bartolomeo reforçou a necessidade de empresas privadas atuarem no combate ao desmatamento, o que já é feito pela Vale na região por meio de várias parcerias com empresas e sociedade civil, entre elas a PrevisIA, uma plataforma que utiliza inteligência artificial para identificar riscos de desmatamento e incêndios na floresta, desenvolvida com a Microsoft e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
“Temos uma oportunidade única no Pará e na Amazônia de desenvolver novos modelos econômicos, que com certeza vão proteger a floresta e as pessoas. Faz parte da estratégia da Vale integrar a natureza ao negócio. Mas só vamos conseguir fazer isso se for junto” — Eduardo Bartolomeo, presidente da Vale
Novas economias
A vice-presidente executiva de Sustentabilidade da Vale, Maria Luiza Paiva, participou do painel “Uma nova relação com a natureza e com as pessoas”. Segundo ela, as novas economias têm como valor ético colocar as pessoas no centro dos debates. Maria Luiza explicou que as mudanças na cultura da empresa propiciaram, por exemplo, que o Instituto Tecnológico Vale (ITV) trouxesse soluções também para o desenvolvimento de comunidades locais. A executiva destacou a importância do trabalho em parceria: “Não fazemos nada sozinhos. A solução virá das parcerias, da atuação conjunta com as comunidades”.
Um bom exemplo do trabalho realizado pelo Instituto Tecnológico Vale é o mapeamento genético e genômico inédito de espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção, exóticas ou que tenham potencial para gerar renda para agricultores envolvidos com projetos de bioeconomia, que ajuda na aceleração para reflorestamento. Nos últimos cinco anos, o ITV-DS produziu 12 mil marcadores genéticos da fauna e flora da Amazônia.
Também esteve presente na conferência o diretor de Clima, Natureza e Investimento Cultural da Vale, Hugo Barreto, que participou do painel “Áreas protegidas, novas economias, grandes empreendimentos”.
O executivo explicou que a Vale tem galgado transformações gigantescas em sua relação com a natureza ao longo dos anos. Ele citou exemplos de iniciativas concretas desenvolvidas pela empresa, como o apoio ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para a proteção e preservação do Mosaico de Carajás, com total de 800 mil hectares, área equivalente a sete vezes a cidade de Belém. Ao longo do cinturão verde, a Vale mantém equipes de proteção que monitoram a área 24 horas por dia, sete dias por semana. Além disso, a Vale mantém também o Bioparque Vale Amazônia, com 30 hectares de floresta nativa e potencial de desenvolvimento turístico. Também foram citados o fomento a iniciativas de restauração da Biomas e as metas de proteção e restauração de florestas para além das cercas institucionais.
Incentivo a pequenos negócios fortalece comunidade local e ‘floresta em pé’
Feira de Bioeconomia apresentou projetos apoiados pelo Fundo Vale, que já beneficiou 18,5 mil produtores
O trabalho em parceria e o incentivo a novos negócios desenvolvidos por comunidades locais, que foram apontados como um dos caminhos para a proteção das florestas durante os painéis da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, puderam ser vistos pelo público durante a Feira de Bioeconomia do evento.
É o caso de marcas como Da Tribo e Peabiru Produtos da Floresta, apoiadas pelo Fundo Vale, iniciativa de fomento e investimento filantrópico da empresa. A Da Tribo produz joias e biomateriais, como fios e tecidos a partir da borracha amazônica de seringais nativos da Ilha de Cotijuba, área de proteção ambiental na região insular de Belém do Pará. Segundo a artesã do projeto, Kátia Fagundes, a produção impacta 40 pessoas.
“O Fundo Vale vem apoiando pequenos negócios, como o nosso. Até um tempo atrás, a cadeia seringueira era predominantemente masculina. Com os biomateriais, quem tem hoje o protagonismo são as mulheres. E, quanto mais apoio e visibilidade tem o nosso negócio, mais fortalecemos as pessoas que trabalham com o conhecimento da floresta, fortalecemos também a floresta em pé e essa visão de futuro. Não existe floresta em pé sem as pessoas que moram nela”, ressaltou.
João Meireles, diretor do Instituto Peabiru, contou que, ao longo de 25 anos, já houve parceria e colaboração com a Vale em diferentes momentos. O Instituto tem por objetivo conectar a produção de comunidades tradicionais a consumidores de todo o Brasil. Um dos itens apresentados pelo Peabiru na Feira de Bioeconomia foi o mel de abelhas sem ferrão de Monte Alegre e Almeirim, que foi um projeto apoiado pelo Fundo Vale.
Mariana Faro, gerente de Comunicação do Peabiru, destacou a importância das parcerias para as comunidades: “O importante é a conexão por meio de investimento social privado com as necessidades dos territórios”.