O ciclo de eventos “Diálogos para uma bioeconomia inclusiva na Amazônia” chegou em sua terceira edição com o tema “Cooperação internacional na Amazônia: avanços e desafios para o fomento de uma bioeconomia amazônica inclusiva”. A atividade é promovida pelo Hub de Bioeconomia Amazônica, iniciativa secretariada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em parceria com a Green Economy Coalition (GEC).
Transmitido ao vivo, no último dia 8 de setembro, pelo canal da FAS no Youtube, os eventos da série “Diálogos” têm como objetivo principal aprofundar o debate público sobre bioeconomia amazônica, pavimentar caminhos e amplificar soluções que promovem uma economia verde e justa na Amazônia. Também contam com apoio do International Institute for Environment and Development (IIED) e financiamento do Partners for Inclusive Green Economy (PIGE).
Com a apresentação de Marysol Goes, facilitadora do Hub de Bioeconomia Amazônica, e moderação de Virgilio Viana, superintendente geral da FAS, para a discussão do tema foram convidados o assessor do GIZ (Agência de Cooperação Técnica da Alemanha no projeto Bioeconomia e Cadeias de Valor), Carlos Demeterco, e o gerente de programas do Climate Group e representante da Coalização Under2 no Brasil, Rolf Baterman.
Para Rolf, ainda é necessário que ocorra uma mudança de pensamento da sociedade quanto tratamos do fortalecimento da bioeconomia. Durante sua fala, ele reforçou a importância do aumento de financiamentos, principalmente para projetos em grande escala, além dos desafios em estrutura e logística, no que diz respeito ao transporte hídrico para o escoamento das produções.
“O nosso contexto nacional ainda está muito voltado pro agro é pop, nos setores que são internacionalmente falados, como as commodities agrícolas. A bioeconomia ainda é pouco explorada”, comentou Rolf.
Como representante da Coalização Under 2, que tem como objetivo fazer com que os nove estados da Amazônia brasileira desenvolvam trajetórias que diminuam as emissões de carbono, o painelista citou cinco ações do Governo do Amazonas que contribuem para a bioeconomia e que se desenvolvidas corretamente, conseguirão uma redução de 44 giga toneladas de gás carbônico até 2030. São elas: ação de proteção florestal, eficiência do uso do solo, manejo florestal sustentável, produtos florestais madeireiros e expansão florestal.
Dando continuidade ao diálogo, Carlos Demeterco ressaltou as formas com que a GIZ entende o conceito de bioeconomia e as cadeias de valor. Por meio da metodologia que alinha inclusão (social e ambiental), sustentabilidade, viabilidade, valorização e visibilidade, a agência tem o objetivo de fomentar a comercialização de produtos da sociobiodiversidade e de cadeias de valor prioritários para o desenvolvimento da bioeconomia sustentável inclusiva na Amazônia. O projeto teve início em 2021 e segue até 2026.
Dentre os avanços da iniciativa, o assessor destacou: a criação de câmaras de comercialização nos estados, a criação de políticas estaduais de bioeconomia e o diálogo sobre a regularização sanitária para as cadeias de valor da sociobiodiversidade amazônica. A agência tem como prioridade as cadeias do piraracu manejado, castanha-do-Brasil, cacau nativo, açaí, guaraná tradicional, turismo de base comunitária, entre outras.
O convidado também comentou sobre os desafios de traduzir as múltiplas “Amazônias” em ações que sejam efetivas para cada uma delas. Para ele, o acesso às linhas de financiamento e crédito são os principais problemas enfrentados.
Sobre o Hub de Bioeconomia Amazônica
O Hub de Bioeconomia Amazônica conecta, articula e amplifica experiências e soluções de diversos atores para a promoção de uma bioeconomia inclusiva na Amazônia. A rede tem parceria da Green Economy Coalition – a maior aliança global de organizações multissetoriais engajadas na promoção de uma economia verde e justa no mundo – e da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) – organização reconhecida como a maior instituição amazônica atuante na região, e eleita melhor ONG do Brasil em 2021, segundo o ranking do Prêmio Melhores ONGs. Saiba mais em https://bioeconomiaamazonia.org/