Projeto da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é vencedor do Prêmio Von Martius de Sustentabilidade
05/08/2014
A Câmara Brasil-Alemanha anunciou ontem (05/08) os vencedores do Prêmio Von Martius de Sustentabilidade 2014. A premiação tem como objetivo reconhecer projetos de todo o Brasil que promovam o desenvolvimento socioeconômico e cultural, alinhado ao conceito de sustentabilidade. Participando pela primeira vez, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) foi a vencedora na categoria Natureza por meio do projeto Manejar para Conservar. A iniciativa tem como objetivo apoiar a geração de trabalho e renda de 250 famílias direta e indiretamente por meio do manejo sustentável de madeira na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro (AM).
“O prêmio representa um reconhecimento importante do trabalho que a FAS implementa junto a comunidades ribeirinhas do Amazonas. O projeto Manejar para Conservar é um dos principais exemplos de como vale mais a floresta em pé do que derrubada”, comemora Virgílio Viana, superintendente geral da FAS.
Implementado no Amazonas nos municípios de Novo Airão, Iranduba, Manacapuru, desde novembro de 2012, o projeto consiste na participação ativa da comunidade na definição e gestão das atividades, assim como a criação de um fundo de reserva para gestão, manutenção de equipamentos e investimento no projeto.
No total, o projeto contemplou a elaboração de 14 Planos de Manejo Florestal Sustentável de Pequena Escala (PMFSPE). Até o momento, nove foram licenciados e outros cinco poderão ser licenciados ainda em 2014. Com isso, o potencial madeireiro passará de 3.248,54 m³ para 4.848,54 m³ de madeira bruta, de um total de mais de 53 espécies florestais.
Outro resultado do Manejar para Conservar está nas negociações entre as famílias e empresários e pequenos moveleiros da região, o que resultou na comercialização antecipada de 820,4 m³ de madeira em tora. Graças ao projeto, a Associação das Comunidades Sustentáveis da RDS do Rio Negro (ACS Rio Negro) é responsável pela gestão de um capital de giro que permite aos produtores realizarem exploração florestal e negociação dos preços de comercialização da madeira explorada. O valor por metro cUbico é vendido por R$ 600,00, frente ao preço da madeira ilegal que gira por volta de R$ 300,00. Com essas ações, a população envolvida aumentou sua renda mensal em 30% no primeiro ano do projeto e, 44% nos primeiros meses de 2014.
Outro investimento foi a instalação de uma marcenaria na comunidade de Tumbira, que irá operar como oficina-escola, abrindo um mercado local de relevância socioeconômica, barateando os custos para aquisição de materiais e construções de infraestruturas comunitárias.
“Com o Manejar para Conservar obtemos importantes lições relacionadas à importância da organização comunitária para lidar com temas, como a tributação da atividade, burocracias para o licenciamento, capacitação, entre outros pontos”, afirma Virgílio Viana.
O Manejar para Conservar conta com apoio do Instituto Camargo Corrêa (ICC), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco Bradesco. O investimento total do projeto é de aproximadamente R$ 670.000.