Embaixador da Noruega visita comunidades apoiadas pelo Fundo Amazônia no Rio Negro
11/04/2019
O embaixador da Noruega no Brasil, Nils Martin Gunneng, visitou nesta terça e quarta-feira, 09 e 10 de abril, comunidades do Rio Negro participantes de projetos da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) com apoio do Fundo Amazônia. Além de acompanhar o status dos investimentos em geração de renda e empoderamento comunitário, a visita teve por objetivo promover interação com os beneficiários dos projetos, que recebem apoio das iniciativas desde 2010.
Além do embaixador, integraram a comitiva o secretário executivo de Meio Ambiente do Amazonas, Luís Henrique Piva, o superintendente-geral da FAS, Virgilio Viana, e Bernardo Braune, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A delegação esteve em três comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro: Tumbira, Santa Helena do Inglês e Saracá. Na primeira, Nils conheceu a Pousada Garrido, que é gerida por Roberto Brito, ex-madeireiro ilegal que hoje vive do turismo sustentável.
“A criação da reserva e os projetos trouxeram uma nova perspectiva para a gente daqui da comunidade. A gente sabe que se a gente manter a floresta de onde a gente vive em pé, um futuro melhor nossos filhos vão ter na comunidade. Todos podem seguir esse caminho, mas precisam de apoio para gerar renda sem desmatar, e esse apoio do Fundo foi fundamental”, ressaltou Roberto.
O grupo também participou de imersão em uma trilha na floresta, atrativo turístico elaborado e guiado pelos comunitários. Lá, puderam interagir com Jean Silva, que trabalha com o manejo sustentável de madeira viabilizado pelo Programa de Geração de Renda, que tem apoio do Fundo. Desde o início do projeto, já foram nove planos de manejo sustentáveis desenvolvidos na reserva.
“Antes a gente explorava madeira sem imaginar que poderia acabar, e agora a gente aprendeu que só vai ter madeira no futuro se a gente fazer um inventário, conhecer as espécies e conservar”, explicou Jean, que também atua na atividade de pesca.
Também foram visitados o Restaurante Encanto do Saracá, na comunidade Saracá e a Pousada Vista Rio Negro, na comunidade Santa Helena do Inglês. Os empreendimentos ajudam dezenas de famílias como uma fonte de renda além da pesca, que é sazonal.
Dona Raimunda Saracá, uma das gerentes do restaurante, ressaltou o papel dos projetos na mudança das perspectivas da comunidae. Segundo ela, a vida dos comunitários ganhou autoestima e abriu as portas para turistas.
“Depois que passamos a ter o restaurante, a autoestima da comunidade voltou. As mulheres criaram um grupo de artesanato, os homens trabalham com a pesca e a gente passou a atender pessoas de fora aqui na comunidade”, destaca Saracá, que fundou a comunidade há mais de trinta anos.
Mensagem positiva à Noruega
Durante a visita, o embaixador Nils Gunneng repassou aos ribeirinhos a visão positiva que teve das ações do Amazonas para a conservação da floresta. Segundo ele, a população do estado é protagonista das melhorias rumo à valorização da biodiversidade.
“Nós vemos que realmente a vida das pessoas melhorou nesses 10 anos de projeto, e é extremamente valioso para a Noruega ver esse crescimento em campo. O fundamental é ver o povo, as pessoas que levam as coisas para a frente, mudando de vida, tendo uma vida mais sustentável, cuidando da floresta que tanto amam. Nosso país quer ajudar e cooperar com o Brasil”, destacou o embaixador.
O representante do Governo do Amazonas, secretário executivo da Sema, Luís Henrique Piva, comentou a importância da articulação entre diferentes atores para a promoção da conservação em áreas protegidas do estado.
“Foi interessante ver essa composição de atores apoiando o estado do Amazonas a implementar a política de consolidação de áreas protegidas. Ver uma comunidade bem estruturada, com suas atividades organizadas e uma série de serviços públicos sendo implementados, de saúde, educação, manejo e pesca. Esse é um modelo que queremos levar para outras áreas do Amazonas, em parceria com outras organizações nacionais e internacionais”, ressalta o secretário.
Para o superintendente-geral da FAS, Virgilio Viana, a visita teve um caráter histórico. “Essa visita é muito simbólica porque a Noruega e o Fundo Amazônia são apoiadores históricos das atividades de conservação nas áreas onde a FAS atua. Então poder ouvir dos comunitários o retorno que estão tendo, e a visão de futuro que tem, marca o sucesso que foram os 10 primeiros anos de atividades”, finalizou Viana.