Ribeirinhos apontam avanços e desafios do Bolsa Floresta durante Seminário de Avaliação na UFAM
19/11/2014
Os investimentos do Programa Bolsa Floresta (PBF) estiveram em pauta durante o II Seminário de Avaliação do PBF, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (19) no Auditório da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Zona Centro-Sul de Manaus. O evento foi promovido pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), o Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc), o Centro Estadual de Mudanças Climáticas (Ceclima) e a UFAM.
A iniciativa contou com a moderação do diretor da FCA, Neliton Marques e com a participação da secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Kamila Amaral, do coordenador do Ceclima, Hamilton Casara, e do superintendente geral da FAS, Virgílio Viana. No evento, a FAS apresentou os principais resultados do Bolsa Floresta que atualmente beneficia cerca de 9,4 mil famílias, 40 mil pessoas em 16 unidades de conservação (UCs) do Estado.
“Sem dUvida esses resultados do Bolsa Floresta são fruto de um trabalho de muitas parcerias. Parcerias estas, de tão exitosas, que deveriam ser replicadas. Esse modelo entre FAS, SDS e todas as várias instituições que compõem esse universo é um grande exemplo, algo que pode ser exportado para o mundo inteiro”, comentou o diretor da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), Neliton Marques.
Olhar comunitário
Os líderes comunitários apresentaram suas avaliações do PBF, representados por Emerson de Macedo Moreira (RDS Canumã), Erli Turi de Souza (RDS Uacari), Francisco Hudson Conceição (RDS Rio Madeira), Alcione Meireles (RDS Mamirauá), Pedro Canizio (RDS Amanã) e Irley Maria da Costa (RDS Uatumã).
“Esse programa deixou de ser um sonho para ser uma realidade. O que mais mudou foi o envolvimento das comunidades. Com a chegada do Programa, passamos a ter a integração de várias reservas do rio Solimões, com o manejo do pirarucu, com o NUcleo construído. A qualidade de vida melhorou muito, não só para nós que moramos lá, mas também quem mora aqui. Hoje as pessoas podem comprar um pirarucu por um preço justo em qualquer lugar da cidade”, explicou Alcione Meireles, presidente da Associação de Moradores e Usuários da RDS Mamirauá.
Para Francisco Hudson, morador da RDS Madeira, o componente Social do Bolsa Floresta tem feito grande diferença na melhoria de qualidade de vida dos ribeirinhos. Segundo ele, os avanços em educação foram fundamentais na rotina das comunidades da região.
“Pelo Bolsa Floresta Social, foram construídas escolas na RDS Rio Madeira. Com essas escolas, o aprendizado dos alunos melhorou muito, eles se sentem mais motivados a estudar. Hoje também temos geradores de energia nas nossas comunidades, coisa que nem imaginávamos ter”, ressalta.
Veja vídeo com fala dos comunitários!
Continuidade e ampliação
Para a diretora do Centro de Ciências e Ambiente da Ufam, Therezinha Fraxe, o Bolsa Floresta tem trazidos muitos méritos na esfera social que precisam de continuidade.
“Quem participou do processo de criação do Bolsa Floresta sabe da visão que tivemos naquele período, e do muito foi feito até hoje. Essa parte feita pela FAS é muito importante, pois vemos o orgulho de vocês em ter alunos formados no nível médio na comunidade, trabalhando no manejo do lago perto de casa, sem precisar ir para a cidade. Talvez o próximo desafio seja esse: fazer o ensino superior chegar com qualidade nessas localidades, levando ensino aliado à sustentabilidade com esses jovens”, explicou.
Segundo o coordenador do Ceclima, Hamilton Casara, é preciso potencializar as práticas sustentáveis difundidas pela FAS, uma vez que a geração de renda permitirá a consolidação da conservação do ambiente.
“O trabalho focado no desenvolvimento das cadeias produtivas é muito importante. A geração de renda permitirá consolidar a conservação ambiental. Ã? preciso potencializar o bom exemplo de práticas sustentáveis desenvolvidos pela FAS e pela SDS, Seduc, pelas universidades. Ã? um modelo Unico que precisa ser difundido.”
A titular da SDS, Kamila Amaral, informou que o Bolsa Floresta tem sido avaliado pelo governo nos Ultimos meses, já que é um programa pUblico de pagamento por serviços ambientais.
“O Bolsa Floresta tem sido avaliado nos Ultimos meses, uma avaliação que deve ser coletiva e que se estenda à FAS e ao Governo. Nossa avaliação é feita de forma estratégica e pensando na ampliação do PBF, no programa de governo”, explicou a secretária.
O superintendente geral da FAS, Virgílio Viana, enfatizou que o programa é realizado de forma participativa e envolvendo muitas parcerias.
“Um dos alicerces do Programa Bolsa Floresta é o processo de planejamento e gestão participativa, com forte envolvimento das comunidades na definição dos investimentos e avaliação dos resultados alcançados. Outra característica do Programa é o envolvimento de instituições: atualmente são mais de 50 organizações governamentais e não governamentais envolvidas no Programa. Fazer com que isso ocorra de maneira eficiente é um grande desafio”, finalizou o superintendente.
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