Comunidade na RDS do Uatumã recebe visita de comitiva da Coca Cola
10/02/2009
Por Marina Guedes
Uma comitiva formada pela Coca Cola Brasil e pelas repórteres Célia Rosemblum – do jornal Valor Econômico – e Sônia Araripe –da Revista Plurale – visitou a comunidade São Francisco do Caribi, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, sábado, dia 7 de fevereiro. Na região, conheceram algumas das benfeitorias que estão sendo implementadas pelo Programa Bolsa Floresta, como a escola que contemplará o Ensino Médio e a Associação de Moradores da Reserva. A jornalista Juliana Leite, representando o Núcleo Coca-Cola de comunicação, e Maurício Veiga, da comunicação externa do Grupo Simões, fizeram parte da equipe que teve como orientador Carlos Gabriel Koury, coordenador do Programa de Unidades de Conservação do Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas).
A jornalista Juliana Leite e Maurício Veiga, representando o Núcleo Coca Cola e o Grupo
SImões (Crédito: Antonio Lima).
Situada nas margens do rio Uatumã – principal curso d´água que corta a RDS de mesmo nome – a comunidade São Francisco do Caribi foi escolhida como local para a construção da sede de associação dos moradores, cujo representante atual é Sebastião Salomão Rosas Barbosa. Aos visitantes, ele explicou que toda a madeira para a construção da escola havia sido retirada pelos próprios moradores, que pelo trabalho de manejo foram remunerados. “A escola começou a ser construída em dezembro. A meta é que esteja pronta em março, capaz de atender 70 alunos”, revelou Salomão. “Massaranduba”, “Angelim” e “Louro Gamela” foram algumas das madeiras manejadas para a escola, cuja área será de 7,5 m por 19,70m.
Vista aérea da escola em fase de construção na comunidade São Francisco do Caribi
(Crédito: Antonio Lima)
Hoje, o sentimento dos comunitários da RDS do Uatumã é de otimismo e esperança para o problema da educação que atinge a maioria dos comunitários da reserva, que conta com 20 comunidades. “O ensino médio é uma necessidade. Como não tínhamos escola, nossos filhos acabavam indo estudar longe. Eu mesma deixei minhas crianças. É um problema muito grave na comunidade”, contou Maria Lucineide Rodrigues Miranda, que recepcionou a equipe. “É uma grande honra recebê-los aqui em nossa comunidade”, disse Lucineide. Durante a breve apresentação, as jornalistas também comentaram a importância de estarem no local. “É uma honra conhecermos vocês e onde vivem”, reforçou Célia Rosemblum. Sônia Araripe também compartilha da opinião.
Maria Lucineide (blusa azul à esquerda) comemora a construção da escola na comunidade
(Crédito: Antonio Lima)
Pioneira
A RDS do Uatumã foi a primeira unidade de conservação do Amazonas contemplada pelo Programa Bolsa Floresta. À época, o Programa era executado pelo Governo do Estado do Amazonas. Desde 2008, passou a ser co-gerido pela Fundação Amazonas Sustentável, bem como as demais unidades de conservação estaduais. Das 34 que compõem o mosaico estadual, 13 já foram beneficiadas pelo Bolsa Floresta, superando a marca de 4,5 mil famílias cadastradas no final de 2008. Segundo relatório da Fundação Amazonas Sustentável, 336 famílias estão cadastradas no Programa Bolsa Floresta da RDS do Uatumã, num universo de 424.430,00 hectares. A oficina para definir de que forma os recursos dos programas Bolsa Floresta Renda, Associação e Social seriam aplicados ocorreu em novembro de 2008, com a presença de profissionais da FAS e do IDESAM.
Crianças da comunidade na frente da escola em construção (Crédtio: Antonio Lima)
Célia Rosemblum (blusa rosa), Sônia Araripe (bege), Juliana Leite (azul), Maurício Veiga e
a comunitária Denise Krull passeiam pela RDS do Uatumã (Crédito: Antonio Lima)
Abaixo, depoimento da jornalista Sônia Araripe.
“Não foi a primeira vez que estive na Floresta Amazônica. Como jornalista com passagens por diferentes redações – JB, Estadão, O Dia, Jornal do Commércio, Revista Forbes Brasil, entre outras – já tive outros “contatos imediatos” com a região. Belíssima, deslumbrante, rica e maravilhosa. Mas também cobiçadíssima. De qualquer forma, é sempre como se fosse a primeira vez. Nesta comitiva estive em área que não conhecia, convite feito e aceito pela FAS. Sobrevoando a floresta, saindo de Manaus podemos perceber ainda algumas interferências do homem no bioma. Avançando para o interior, dá gosto ver um grande tapete verde, quase mata intocada. Lindo! A atenta – e divertida – colega de viagem, Célia Rosemblum, editora do jornal Valor Econômico, exclamou: ‘parece um brócolis’! Sem dúvida, um grande brócolis. Fomos de hidroavião para a comunidade de São Francisco do Caribi, na Reserva do Uatumã. Todos nos esperando. Emoção à flor da pele. Personagens riquíssimos para relatar a verdadeira revolução em curso por ali. Os detalhes do que vimos e percebemos serão narrados na próxima edição de Plurale, número 11, que deve sair em breve, até abril. Nos aguardem. Se tem algo que gostamos de fazer em Plurale é contar boas histórias. E esta, da parceria do setor público com o privado fazendo diferença, preservando mata e a comunidade, é algo que nos dá gosto de ver e relatar”.