A FAS instalou 66 pólos de telessaúde em 22 municípios na Amazônia, com atendimento a 2.305 pessoas e capacitação de 999 profissionais de saúde
“É ir para Manaus e se recuperar lá”, conta Krisiane Brito do Nascimento. “Se vier pra cá e passar mal, corre o risco de perder a vida, porque é muito longe, vocês sabem. Ainda mais em uma hora de desespero, o banzeiro* forte”. A fala da agente de saúde retrata os percalços para se conseguir acesso à saúde na Comunidade Tumbira, no Rio Negro, mas que representa também a realidade de tantas outras áreas interioranas na Amazônia.
Longas viagens até o posto de atendimento mais próximo e a escassez de remédios, equipamentos e profissionais estão entre os entraves que colocam a região Norte nas últimas posições em termos de expectativa de vida no Brasil, de acordo com levantamento do projeto Amazônia 2030.
Assista ao documentário “Entre banzeiros e canoas”:
A vitalidade da maior floresta tropical do mundo e a saúde dos povos que nela vivem estão intimamente ligadas; não há chance de sustentabilidade ambiental sem a presença e cuidado humanos. A FAS acredita nessa conexão e há 15 anos cuida do bem-estar das pessoas que estão na linha de frente da conservação da Amazônia.
A instituição propõe soluções às principais necessidades relacionadas à saúde dos amazônidas, com foco na atenção primária em comunidades ribeirinhas e indígenas. Investimos na formação continuada de agentes comunitários de saúde, em temas como vacinação, fisiologia e saúde infantil. Ao todo, 999 profissionais da região já foram capacitados em oficinas e treinamentos da FAS.
A saúde não espera. No tratamento de doenças e na resposta técnica e qualificada no tempo exato, a tecnologia é aliada para driblar distâncias e trazer mais perto atendimento a quem precisa. Por isso, 66 pontos de telessaúde já foram instalados em 22 municípios, 22 Unidades de Conservação (UCs) e 16 Terras Indígenas (TIs) na Amazônia.
Os pontos de conectividade são equipados com estrutura de atendimento e acesso à internet para consultas online e têm à disposição as especialidades de medicina, enfermagem e psicologia. Desde o começo da iniciativa, mais de 2.300 pessoas foram atendidas através do sistema de telessaúde.
A FAS também atua na implementação de sistemas de energias limpas e renováveis, como as de origem solar, que garantem o funcionamento de unidades de atendimento em áreas ribeirinhas e rurais da região.
“A falta de energia é um problema muito grande para nós como profissionais. Quando a gente tem uma criança, por exemplo, com pneumonia, é uma doença que a gente pode tratar aqui mesmo no polo, só que, devido à falta de energia, não tem como fazer a nebulização, então a gente tem que remover a criança para o município mais próximo”, explica a enfermeira do Polo Base do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Médio Rio Solimões e Afluentes (MRSA), Claudia Mariscal. Em 2020, placas solares foram instaladas no polo, que atende cerca de 105 famílias do povo Madija Kulina.
“Muitas vezes a rádio do distrito nem escutava a gente, a comunicação era escassa. Eu acho que o projeto vai ajudar bastante a gente. Se acontecer algum agravo de saúde na aldeia, a gente pode entrar em contato diretamente com a nossa equipe técnica”.
Ricardo Cavalcante, agente de saúde indígena na Aldeia Massapê, no Vale Javari (AM), onde a FAS instalou um ponto de telessaúde
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