Telessaúde garante atendimento médico e psicológico em comunidades remotas na Amazônia
28/06/2024
“Antes, tínhamos que nos deslocar até a cidade de Manacapuru (município do Amazonas) para agendar uma consulta para nossa família. Para chegar até lá são três horas e meia de viagem, para fazer um simples agendamento. Com o sistema de telessaúde, tudo se tornou muito melhor, facilitou muito esse processo, pois não precisamos mais nos deslocar toda essa distância”.
Este é o relato de Marizangela Damasceno Sales, 31 anos, moradora da comunidade Betel, situada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Piranha, na zona rural de Manacapuru. Ela é uma das centenas de usuárias beneficiadas pelo projeto de telessaúde, executado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com a Embaixada da França, que leva teleatendimentos em saúde para comunidades ribeirinhas do estado.
Até junho deste ano, foram 255 teleatendimentos médicos, psicológicos e de enfermagem, além de 242 teleorientações realizadas por meio de pontos de conectividade instalados nas comunidades Betel, na RDS do Piranha, e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Terra Preta, ambas na RDS do Rio Negro.
Além dos teleatendimentos para os comunitários, o projeto também promove a qualificação de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que atuam na região. Ao todo, foram 61 webpalestras voltadas para esses profissionais.
“O sistema de telessaúde veio para a melhoria da população, principalmente com os atendimentos em enfermagem, já que a comunidade não tem posto de saúde. Como profissional, eu também aprendi mais. Desde que recebi o apoio da FAS, conheci enfermeiros e psicólogos incríveis. O telessaúde é de suma importância para a comunidade, estou muito agradecida”, conta a Agente Comunitária de Saúde, Erotildes de Couto Braga, que atua na comunidade Betel.
Segundo Mickela Souza Costa, gerente do Programa Saúde na Floresta da FAS, o projeto democratiza o acesso aos serviços de saúde na Amazônia.
“Essa iniciativa faz com que o ribeirinho não precise mais se deslocar até à cidade para conseguir um atendimento médico de baixa complexidade, democratizando o acesso ao serviço de saúde às populações tradicionais da Amazônia. Há pessoas que moram em comunidades remotas, de difícil acesso e muito distantes da sede municipal, o telessaúde proporciona comodidade e resolutividade para a garantia de um direito a todos, que é o acesso à saúde, sendo um ganho social e econômico para os ribeirinhos”, explica a gerente.
Tecnologia a favor da saúde
Os atendimentos via telessaúde ocorrem em pontos de conectividade instalados pela FAS e Embaixada da França dentro das comunidades. Cada ponto possui geração de energia fotovoltaica própria e internet via satélite de alta velocidade em localidades remotas. O projeto de telessaúde promove ampliação do acesso à saúde, transmissão de dados médicos e consultas virtuais para as populações tradicionais da Amazônia, além de educação permanente para os profissionais de saúde.
Atualmente, o projeto oferta teleatendimentos em psicologia e enfermagem. Para isso, conta com o apoio dos Agentes Comunitários de Saúde, que fazem busca ativa dentro das comunidades. As demandas dos moradores são passadas à equipe de telessaúde, que realiza o acolhimento e a triagem do paciente. O usuário é encaminhado para o teleatendimento com um profissional de saúde.
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 16 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.
Créditos de imagem: Rodolfo Pongelupe