Comunitários definem investimentos do Bolsa Floresta na RDS Uacari
15/01/2013
Cerca de 70 lideranças comunitárias da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari definiram como serão aplicados os recursos disponíveis pelo Programa Bolsa Floresta (PBF) no ano de 2013. Eles participaram da Oficina para Definição de Investimentos, realizada em dezembro passado na comunidade Xibauá, zona rural do município de Carauari-AM (787 km de Manaus). A partir desta oficina, foram delimitados os próximos passos dos componentes Renda e Social do PBF, que na reserva beneficia 265 famílias.
Ao todo, serão investidos aproximadamente R$ 230 mil reais somente naquela Unidade de Conservação (UC). Os comunitários optaram pela aquisição de kits de manejo de pirarucu, que contém redes e demais equipamentos de captura do pescado, e despolpadeiras de açaí, para incrementar o beneficiamento do fruto.
A comunidade solicitou ainda embarcações para auxiliar no processo de transporte das sementes de andiroba e murumuru, matéria prima de produtos como xampu e hidratantes, na indUstria cosmética. Para desenvolver essa atividade em 2013, a comunidade também reservou R$ 30 mil como capital de giro, que deve garantir a venda e compra diretamente nas comunidades.
A oficina definiu ainda como os recursos do componente Social serão investidos em 2013. Grupos geradores, para o fornecimento de energia elétrica nas comunidades, deverão ser entregues. Kits de abastecimento de água, que incluem motores bomba e encanamentos para a distribuição, serão instalados.
A reserva também ganhará mais um equipamento de rádio amador, para favorecer o manejo nos lagos e a qualidade de vida dos ribeirinhos.
O subcoordenador da Regional Juruá Jutaí, Marcelo Castro, acompanha a RDS de Uacari há quatro anos. Nos Ultimos dois, foi o facilitador das oficinas de planejamento do Bolsa Floresta.
“Percebemos o amadurecimento nessas decisões, pelas comunidades e diretoria da AMARU (Associação de Moradores da RDS Uacari), nesses quatro ano de escolhas em investimentos de projetos sustentáveis”, revela.
Segundo ele, os esforços dos comunitários e as melhorias no processo de manejo tem sido fundamentais para a valorização das florestas na UC.
“Com o foco em melhorias no processo de coleta (manejo), beneficiamento, transporte e comercialização, seus produtos da floresta, lagos e rio estão a cada dia com valores mais rentáveis e justos, consequentemente permitindo melhoria na qualidade de vida e valorização da floresta em pé.”
Associativismo em pauta
Uma das principais ferramentas dos projetos de sustentabilidade no Amazonas, o associativismo ganhou ainda mais incentivos para 2013. Para a realização de assembleia, apoio administrativo e aquisição de um computador, a AMARU, totalmente gerida por comunitários, receberá cerca de R$ 18 mil, através do Bolsa Floresta Associação.
Em seus quatro componentes, o PBF beneficia cerca de 35 mil pessoas em todo o Amazonas. Com cinco anos de atividades, o programa registra quase 8 mil famílias atendidas, em 15 Unidades de Conservação.