A evasão escolar (- 87%) e a taxa de jovens sem documentação (-84%) foram reduzidas em áreas com projetos de educação promovidos pela FAS entre 2019 e 2022. O número de casos de crianças e adolescentes envolvidos com drogas e álcool também caíram (-62%) entre 2020 e 2022
Educação pública e de qualidade para todos é uma realidade que ainda não alcança grande parte das pessoas na Amazônia, especialmente nos interiores e periferias urbanas. Comparadas a outras regiões do Brasil, a Amazônia detém o menor número de estudantes matriculados e as mais altas taxas de evasão escolar no ensino médio do país. Na outra ponta, apenas 25,6% das crianças de até 3 anos estão matriculadas em estabelecimentos de ensino, segundo relatório do projeto Amazônia 2030. Reaproximar as juventudes locais dos espaços de educação e promover possibilidades de futuro, aliadas à conservação e cidadania, faz parte da história da Fundação Amazônia Sustentável.
Foto: Samara Souza
Por meio do Projeto de Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinha da Amazônia (Dicara), a FAS atua em áreas remotas do território com foco em ações de integração e preparo de jovens para participação ativa e cidadã em suas localidades e para o cuidado com o meio ambiente. Em parceria com prefeituras e órgãos estaduais, o programa já engajou mais de 4,3 mil pessoas em 10 municípios, 170 comunidades, 5 bairros periféricos e 9 Unidades de Conservação (UCs).
Para o enfrentamento de problemas vividos em comunidades ribeirinhas amazônicas, como a exclusão digital, a violência doméstica e sexual e o consumo de drogas, a FAS investe no poder da informação e na garantia do direito básico à educação, com todos os potenciais que ela pode oferecer. Aulas de informática, de música, artesanato e o estímulo à prática de esportes, da capoeira ao vôlei, oferecidas por uma equipe de cerca de 300 tutores, estão entre as atividades que integram o Dicara.
Seminário realizado pela FAS dentro das ações do projeto Dicara em Presidente Figueiredo (AM). Foto: Larissa Silva
Adriane Silva, 16 anos, participa há 3 anos da iniciativa. Para a moradora do município de Uarini, no Amazonas, a experiência dos cursos trouxe resultados significativos para sua vida. “Tive oportunidade de realizar cursos de informática e educação ambiental, onde nos ensinam como cuidar da comunidade e da natureza. O conhecimento que adquirimos nas aulas nos permitem ensinar as pessoas das nossas famílias e amigos que nunca tiveram essa oportunidade, passando o conhecimento para a comunidade de como conservar o lugar onde vivemos”.
Conheça Adriane: participante dos projetos de educação da Fundação Amazônia Sustentável
Com o maior interesse e envolvimento das juventudes, a evasão escolar foi reduzida em 87% em locais com a presença do programa entre 2019 e 2022. No mesmo período, o número de crianças e adolescentes sem documentação oficial caiu 84%. A atuação da FAS também contribuiu com a diminuição do uso de drogas e álcool na juventude em 62%, entre 2020 e 2022.
As lições aprendidas e os saberes compartilhados nas aulas capacitam os jovens a assumirem posições de protagonismo e serem futuras lideranças de suas comunidades. “A gente sentiu que eles tomaram uma responsabilidade. Foram sabendo que drogas não se podia usar. Meninas de 16, 14 anos, não podem engravidar. Esse projeto veio trazer realmente um conhecimento muito bom pra gente”, afirma Raimundo Araújo, representante da RDS Amanã.
Por suas relevantes contribuições nesse campo, em 2019, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) se tornou a primeira instituição brasileira e sul-americana da história a receber o Prêmio Unesco-Japão em Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS).
Acesse a cartilha “Jovens Líderes na Floresta”, que trata de temas de educação e cidadania voltados às realidades ribeirinhas da juventude na Amazônia: