As 16 Unidades de Conservação Estaduais beneficiadas pelos programas desenvolvidos pela FAS tiveram uma redução do desmatamento de 40%, entre 2008 e 2021. A área total corresponde a 10, 9 milhões de quilômetros de floresta amazônica
A Amazônia segue resistindo aos recentes retrocessos no combate ao desmatamento e à crise climática. Resiste, mas a duras penas: somente nos últimos 4 anos, mais de 45 mil km² do bioma foram subtraídos, inclusive dentro de terras públicas, destinadas à proteção ambiental. E esse é somente um dos diversos dados sobre a luta diária para a redução do desmatamento.
Para frear a destruição, o “desmatamento zero” é um compromisso abraçado pelas populações locais em áreas apoiadas pela FAS e os resultados se fazem ver. No contrafluxo da destruição, em 16 Unidades de Conservação com projetos de conservação coordenados pela FAS, o desmatamento foi reduzido em 40% entre 2008 e 2021.
A redução de áreas desmatadas foi uma conquista coletiva e que teve o protagonismo dos povos da floresta. Os efeitos são do Programa Bolsa Floresta, política pública do Governo Estadual do Amazonas e implementada pela FAS. A iniciativa abrangeu um território de mais 10,9 milhões de hectares, com mobilização de mais de 582 comunidades de norte a sul do estado. Com uma abordagem sistêmica e pioneira, o programa integrou atividades de transferência de renda, empoderamento comunitário, educação e empreendedorismo em prol da conservação da floresta.
“O modelo supera o simples pagamento por serviços ambientais; é um processo de engajamento dessas populações na agenda da conservação e da redução do desmatamento”, ressalta Virgilio Viana, superintendente-geral da FAS.
Com a floresta amazônica em pé, ganham os moradores das Unidades de Conservação (UCs) e o planeta, que sofre e enfrenta as consequências da crise climática. Com a redução do desmatamento nas áreas nas quais o Programa Bolsa Floresta foi efetivado, estima-se que foi evitada a emissão de mais de 17 milhões de toneladas de dióxido de carbônico (CO2) na atmosfera. O gás é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa, responsável pela crise.
Em 2022, após 14 anos de atuação e impactos positivos da proteção do meio ambiente da Amazônia, o Programa Bolsa Floresta foi reformulado e passou a se chamar “Guardiões da Floresta”. Em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (Sema-AM), a FAS permanece na missão de apoiar a defesa da floresta amazônica e o fortalecimento das comunidades locais.
“Depois que foi criado o Programa Bolsa Floresta, as comunidades se desenvolveram mais, as lideranças comunitárias tiveram capacitações. O programa só veio desenvolver e agregar valores à própria cultura dos comunitários”, avalia Viceli Costa, presidente da presidente da Associação-Mãe da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro.
“O programa tem essa importância de manter essa preservação do meio ambiente através da participação dessas famílias envolvidas nas reuniões e nas políticas públicas, gerando educação, renda e conhecimento”.
Raimundo Leite, líder comunitário na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Puranga Conquista (AM)
Confira o livro “Programa Bolsa Floresta: trajetória, lições e desafios de uma política pública inovadora para a Amazônia”, que destaca, entre outros resultados, a redução de desmatamento nas Unidades de Conservação atendidas pelo programa: