Secretários municipais se reúnem para iniciar o I Planejamento Integrado de redes municipais de ensino para os próximos três anos - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
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Secretários municipais se reúnem para iniciar o I Planejamento Integrado de redes municipais de ensino para os próximos três anos

Secretários municipais se reúnem para iniciar o I Planejamento Integrado de redes municipais de ensino para os próximos três anos
novembro 14, 2023 FAS

Secretários municipais se reúnem para iniciar o I Planejamento Integrado de redes municipais de ensino para os próximos três anos

Esse foi o primeiro planejamento integrado e visa fortalecer 11 redes de escolas municipais apoiadas pela Fundação Amazônia Sustentável

14/11/2023
Reunião com secretários de educação do Amazonas, que aconteceu na sede da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em Manaus.

Durante dois dias, secretários de educação de municípios, coordenadores e gestores das redes municipais de ensino que estão localizadas nos 11 municipios reuniram-se em Manaus para participar do Primeiro Planejamento Integrado das Redes Municipais que fazem parte do projeto “Práticas Pedagógicas Inovadoras para a melhoria do Ensino Fundamental e Médio na Amazônia profunda”, da Fundação Amazônia Sustentável (FAS). A iniciativa pretende fortalecer 11 redes municipais do Amazonas através da formação continuada de profissionais de educação pelos próximos três anos. O encontro ocorreu na sede da FAS nos dias 18 e 19 de outubro. 

No primeiro planejamento integrado, juntamente com a equipe do Programa de Educação para Sustentabilidade (PES) através da FAS construíram um modelo pedagógico piloto que será implementado nas escolas até 2026. Além da formação continuada, o projeto inclui a produção de materiais pedagógicos, projeto complementares e Pós- Graduação.  

De acordo com a supervisora pedagógica do Subprograma de Educação Ribeirinha da FAS, Silvana Souza, o projeto é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Movimento Bem Maior. Nesses dois dias, os professores puderam unir conhecimento e juntos organizar um plano inicial que será levado às suas escolas. 

“Nos reunimos com eles durante esses dois dias, mesmo durante esse período da estiagem, conseguimos trazer 10 representantes de municípios que vieram de comunidades. São professores indígenas, gestores, secretários e coordenadores. Nesse evento, eles participaram integralmente, deram idéias e posicionaram o que de fato eles querem para suas comunidades. Ao final, eles nos direcionaram que desejam que sejam realizadas formações pedagógicas de graduação dentro de áreas indígenas. A partir de agora, eles retornam para seus municípios e estão com a missão de apoiar e dar continuidade no projeto dentro das escolas urbanas e ruaris. Enquanto isso, seguiremos para o segundo passo do projeto que é o treinamento pedagógico, em que vamos capacitar 200 professores de 11 municípios”, declarou Silvana. 

Ainda de acordo com a supervisora, a implantação do projeto vai demandar a participação de quatro técnicos de cada rede de ensino. A cada edição será realizada a avaliação da etapa anterior e o planejamento da etapa subsequente. A consolidação das avaliações semestrais subsidiará a realização dos Seminários Avaliativos Anuais. Desta forma, os planejamentos integrados irão possibilitar construir uma agenda efetiva de implementação das etapas previstas, assegurando o engajamento dos gestores educacionais em cada uma das etapas. 

De acordo com a professora no município de Iranduba, Marlene Travassos, o projeto é uma forma de gerar crescimento na educação ribeirinha e valorizar os educadores. “A FAS está fazendo um trabalho importante dentro da nossa região. [A formação] vai nos ajudar com mudança. Para os povos ribeirinhos da Amazônia, principalmente do meu município, que estamos passando por uma estiagem grande, estão sofrendo com a seca. E se nós tivermos, dentro da nossa comunidade, esse tipo de trabalho voltado para a localidade a tendência é crescer a qualidade de vida do povo”, afirmou. 

A gerente do Programa Educação para Sustentabilidade, Fabiana Cunha, conta que antes de iniciar a fase do planejamento, foi realizado um acompanhamento nas escolas municipais para entender como está o ensino local. “A equipe foi até esses municípios e conversou com esses gestores para fazer esse diagnóstico. Após isso, entramos nessa etapa do planejamento e em como será montado esse relacionamento com as redes municipais e definir cronograma de encontros e oficinas”. 

 

Sobre o projeto 

A iniciativa visa fortalecer 11 redes municipais do Amazonas de educação, que inclui 558 escolas e 59.519 beneficiários, por meio da formação continuada de professores e gestores para construção, implementação e avaliação de modelos pedagógicos relevantes capazes de contribuir com os desafios do desenvolvimento sustentável na Amazônia profunda, bem como contribuir com alcance das metas 15 e 16 do Plano Nacional de Educação (PNE) e diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).  

Cerca de R$11 milhões serão investidos, além de instalações de placas de energia solar e infraestrutura para acesso à internet nas unidades de Ensino Médio. Metade do projeto será financiado pelo Fundo Socioambiental, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), enquanto a outra metade será garantida pelo Movimento Bem Maior. A FAS é responsável por gerenciar os recursos dos financiadores e aplicar o projeto ao longo de três anos. 

Nos anos em que o projeto funcionará, é estimado oito ciclos de treinamento de 20 horas para 1.588 professores municipais. Todo o processo será feito de forma integrada com as Secretarias Municipais em todas as fases do projeto, criando cooperação técnica pedagógica e uma rede colaborativa de gestores de educação.   

A parceria estadual vai permitir ainda que dois cursos virtuais latu sensu de 360 horas sobre práticas pedagógicas de desenvolvimento sustentável e gestão de projetos e currículos escolares sejam disponibilizados para 200 docentes. 

O professor João Luiz Ferreira, que atua no município de Eirunepé e trabalha com populações indígenas, comentou que a formação é uma oportunidade de dar visibilidade aos educadores que lecionam em comunidades distantes da capital. “Eu, por exemplo, não venho a Manaus há oito anos. Então, vir aqui é uma oportunidade de encontrar pessoas, ver e compartilhar experiências e ver que estou no caminho certo. Essas capacitações têm uma sacada legal que é quebrar essa questão tecnológica, usar muito as redes sociais, acaba fazendo com que a gente perca o contato de se sentar, se olhar, se abraçar. Além de ver o outro como aliado. Então, essas capacitações estão nos atraído para que a gente possa florescer”, afirma. 

Sobre a FAS 

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia por meio de programas e projetos nas áreas de educação e cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, infraestrutura comunitária, empreendedorismo e geração de renda. A FAS tem como missão contribuir para a conservação do bioma pela valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade e pela melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia. Em 2023, a instituição completa 15 anos de atuação com números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 40% no desmatamento em áreas atendidas entre 2008 e 2021.    

Sobre o BNDES  

Ao longo de seus 71 anos de história, o BNDES vem sendo o principal instrumento de Governo para promover investimentos de longo prazo na economia brasileira, além de ser um dos principais financiadores de micro, pequenas e médias empresas do País. O Banco tem importante atuação anticíclica em momentos de crise, como um dos formuladores das soluções para a retomada do crescimento da economia. Atualmente, o BNDES também atua com foco na criação e manutenção de empregos, na melhoria dos serviços públicos do Brasil, como educação, saúde e saneamento, além de apoiar o País na transição justa para uma economia neutra em carbono. O Banco tem como propósito transformar a vida de gerações, promovendo o desenvolvimento sustentável. 

Sobre o Movimento Bem Maior

Fundado em 2018, o Movimento Bem Maior é uma organização social apartidária, sem fins lucrativos, que busca construir um Brasil com equidade e dignidade para todos. Por meio do investimento de recursos financeiros e técnicos em projetos com capacidade de transformação social e sistêmica, o MBM atua com base na filantropia estratégica e na articulação de redes, tendo como pilares o desenvolvimento do campo da filantropia e fortalecimento de organizações sociais de todo o país. Saiba mais: https://movimentobemmaior.org.br/. 

 

Créditos de imagem: Bruna Martins