Bradesco Expresso facilita vida de ribeirinhos a 200 km de Manaus
08/07/2015
Um dos grandes desafios enfrentados por comunidades da Amazônia está na movimentação financeira nas localidades distantes dos grandes centros. Moradores de regiões ribeirinhas enfrentam horas de navegação nos rios, sob sol e chuva, até encontrarem um caixa eletrônico no município mais próximo. Para superar esse desafio, o Bradesco e a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) têm usado a tecnologia. Neste mês, foi inaugurada a terceira unidade do Bradesco Expresso em Unidades de Conservação (UCs) do Amazonas, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu-Purus.
O correspondente bancário foi instalado na comunidade Cuianã, que fica a 12 horas de barco do município de Anori-AM (234 km de Manaus). Os dados são transmitidos por um sistema de internet via satélite exclusivo do Bradesco, e conectam comunidades isoladas a rede bancária em tempo real, permitindo operações como saque, consulta de saldo, extrato e até contratações de empréstimos.
Os ribeirinhos sentem no bolso a vantagem trazida pelo Bradesco Expresso. Para fazer um saque, era preciso enfrentar uma viagem para os municípios de Anori ou Beruri, com um gasto médio de R$ 100 de combustível. Além de economizar esse dinheiro, os correntistas agora poupam de 6h às 12h de viagem para o caixa-eletrônico mais próximo, como conta Francisco Freitas do Santos,38 , comerciante.
“O Bradesco Expresso trouxe muitas facilidades para o nosso dia a dia. Antes tínhamos que ir pra Anori ou Beruri fazer os saques. Os professores ficavam duas semanas sem dar aula. Quem recebia o benefício do Bolsa Floresta só ia uma vez no ano tirar o dinheiro. Agora não, tudo pode ser resolvido por aqui”, ressalta.
Outra vantagem do Bradesco Expresso é a movimentação financeira que passa a acontecer na própria UC. Antes, a maior parte do dinheiro sacado no sede do município era gasto com compras nos centros comerciais urbanos. Agora, esses recursos podem ser investidos em compras nas próprias cantinas comunitárias, fazendo com que haja uma circulação da renda na própria região.
“Outro dia veio uma família comprar combustível para ir até Anori fazer o saque. Quando falei que agora poderiam sacar aqui, eles não acreditaram. Mostrei o extrato que saiu da máquina, eles fizeram o saque e já compraram as coisas aqui na cantina. Evitaram uma viagem muito longa e voltaram pra casa”, conta Francisco.
Este é o terceiro autoatendimento instalado em comunidades remotas fruto da parceria entre FAS e Bradesco. O primeiro foi inaugurado em 2011 na comunidade do Tumbira, na RDS Rio Negro, um marco da parceria que impactou a vida cotidiana da comunidade. Outro autoatendimento foi inaugurado em 2013 na RDS Uacari, a mais de 700 km de Manaus, a 11 horas de barco do município mais próximo (Carauari-AM).
Impacto social
O estudo de inclusão financeira do Manco Mundial (denominado Global Findex) aponta que, aproximadamente, 2.5 bilhão de pessoas no mundo não têm conta formal em instituição financeira. O acesso aos serviços desta natureza, ainda de acordo com a entidade, está ligado à superação da pobreza, à redução das desigualdades de renda e ao aumento do desenvolvimento econômico. Um dos fatores para melhorar este cenário é a expansão da rede de acesso a serviços bancários.
Um dos fatores para a expansão da inclusão financeira no país é o crescimento da rede de correspondentes bancários. Por outro lado, o desafio é aumentar o acesso a regiões como Norte e Centro-Oeste. Segundo pesquisa do Ibope, a proporção da população com conta nessas áreas não se alterou entre 2009 e 2012, mantendo-se em 57%. Daí a importância de se criar alternativas de acesso em regiões onde a intrincada rede de rios da Amazônia.
Além da questão geográfica, a presença das instituições financeiras reflete a distribuição da riqueza e os diversos desafios sociais do Brasil. Por isso, a parceria do Bradesco e da FAS visando a inclusão financeira em regiões isoladas da Amazônia apresenta um novo panorama de inclusão financeira e combate a pobreza.