Comunidades ribeirinhas do Pará recebem formação para cuidar de forma saudável das águas
Iniciativa forma multiplicadores de boas práticas e mudança de hábitos relacionados ao uso da água.
04/08/2022
Mais de 120 educadores de comunidades ribeirinhas do estado do Pará participaram do seminário de formação de professores do projeto Escola D’Água Brasil. A ação foi liderada pelo Instituto Mureru Eco Amazônia (IMEA) e faz parte do programa Swarovski Waterschool, iniciativa coordenada no Brasil pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) que tem como objetivo promover práticas saudáveis de cuidado e acesso à água para crianças, professores e suas comunidades ao redor do mundo.
Participaram 27 escolas de dois municípios, dentre as quais 13 foram da área rural e 14 de áreas urbanas.
A formação aconteceu nos dias 28 e 29 de julho, no auditório da Universidade do Estado do Pará (Uepa), campus de Santarém. As atividades incluíram seminários de trocas de saberes entre professores, sociedade civil e pesquisadores da área, também o aprendizado de metodologias educacionais que promovem a conservação dos recursos hídricos e a distribuição de um Guia de Atividades que pode ser utilizado como recurso complementar com estudantes dentro das salas de aula.
Ao todo, participaram professores e gestores de 27 escolas, sendo 13 escolas de comunidades rurais e ribeirinhas e 14 da zona urbana, localizadas em Santarém, Mojuí dos Campos e no distrito de Alter do Chão. O evento marcou o início de uma nova fase do Projeto Escola D’Água, que já é desenvolvido na região desde 2014 pelo IMEA em parceria com o programa Swarovski Waterschool.
A coordenadora do projeto em Santarém (PA), Lucineide Pinheiro, destaca a importância de aprimorar a formação dos professores envolvidos no projeto. “As ações que desenvolvemos nos últimos anos têm as escolas e as comunidades como pontos de referência. Nesses ambientes, a figura do gestor e do professor aparece como a chave para a mudança e os alunos se tornam os protagonistas dessa transformação. Por isso, é fundamental voltarmos sempre o nosso olhar para a capacitação e formação contínua e atualizada desses profissionais, pois são eles os responsáveis por conscientizar e educar as crianças e jovens”, disse.
“O projeto tem nos professores os maiores aliados para incentivar os alunos e a comunidade escolar a terem melhores práticas de cuidado com a água. Esse evento traz informação e ferramentas, além de incentivar a reflexão para que esses professores possam atuar em sala de aula nesse sentido”, explica a coordenadora nacional do Swarvoski Waterschool Brasil, Raquel Luna.
Conscientização para o futuro
Uma das professoras participantes da formação foi Andreza Valente, que atua na rede de ensino municipal de Santarém (PA). Para ela, a formação é importante para levar conscientização sobre os cuidados com a água em todos os níveis, do ensino fundamental até o ensino superior.
“A água é um patrimônio mundial que, por ser acessível na nossa região, muitas vezes é banalizado. Uma vez que conscientizamos nossas crianças, elas podem ser conscientizadoras de seus pais, famílias e comunidades. É um trabalho de formiguinha, por isso é importante que as escolas, de forma unificada, consigam trabalhar não de forma pontual mas de forma geral um trabalho que envolva toda a escola, comunidade e redondezas”, afirma a educadora.
Além disso, ela declara que “essa formação pode gerar frutos teóricos e práticos que podem motivar pesquisas, para que possamos ter a nossa Amazônia vista de forma positiva”.
Juventude ativa
A aluna Clara Gentil, do distrito de Alter do Chão em Santarém, é uma das jovens “Embaixadoras das Águas” do projeto Escola D’Água. Para ela, a maior motivação para participar da formação é dar voz e espaço à juventude para fazerem parte do movimento de proteção ao meio ambiente. “Para que nós possamos dialogar com os professores e nos sentirmos num ambiente confortável, o que mais motiva nós jovens e professores que trabalham na mesma causa é passar esse conhecimento para as novas gerações. Não deixar que nossa voz se cale e que sigamos em frente, firmes e fortes”, afirma Clara.
Swarovski Waterschool – Escola D’Água Brasil
O Programa Swarovski Waterschool visa capacitar crianças e suas comunidades em todo o mundo para se tornarem embaixadores da água, fornecendo ferramentas e treinamento que abordam seus desafios hídricos locais. O Programa está presente em escolas próximas a grandes rios em oito países: Áustria, Brasil, China, Índia, Uganda, Estados Unidos, Tailândia e Austrália. Saiba mais em www.swarovskiwaterschool.com.
No Brasil, o projeto é coordenado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e está presente no Amazonas e no Pará. Além do componente de educação para cuidados com a água, a iniciativa ainda promove melhorias de infraestrutura em escolas, fortalece iniciativas sustentáveis de grupos de jovens e promove campanhas de conscientização.
Sobre a FAS
Fundada em 2008 e com sede em Manaus/AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.
Sobre o IMEA
O Instituto Mureru Eco Amazônia (IMEA) é uma associação civil, de caráter socioambiental, que desenvolve localmente, desde 2014, o Projeto Escola D’água, parte do programa internacional Swarovski Waterschool, voltado para a proteção dos grandes rios do planeta. A instituição trabalha também com outras frentes de ação voltadas para a Educomunicação, Preservação Ambiental, Empreendedorismo Social e Protagonismo Juvenil em toda a região do Tapajós, no Estado do Pará.
Créditos da foto: Divulgação IMEA