Organizações peruanas apresentam demandas para Cúpula da Amazônia
05/06/2023
Constituição de uma agenda inter-regional, protagonismo da juventude, transição energética de baixo carbono e inclusão de povos originários fazem parte das demandas apresentadas por seis organizações no webinário “El Perú representado en la Cumbre de la Amazonia”. O evento remoto pode ser conferido no canal da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) no YouTube: www.youtube.com/live/qPDH5tt3H74.
Promovido pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia), o webinário reuniu seis organizações conectadas com a Agenda 2030 da ONU e que trabalham por uma Amazônia justa, inclusiva e próspera. Todas as propostas e reivindicações vão compor uma carta conjunta para ser apresentada na Cúpula da Amazônia, em Belém (PA), nos dias 8 e 9 de agosto.
As organizações que marcaram presença foram: Ministerio del Ambiente (Minam), Mancomunidad Regional Amazónica, Alliance for Sustainable Oceans (SOA Peru), Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), Jóvenes Parlamentarios de la Región Ucayali (Jopru) e Red Amazonía Que Late.
Em quase duas horas de debate, várias demandas foram apresentadas. Entre elas, a urgente constituição de uma agenda comum entre os países da Pan-Amazônia, como aponta o diretor regional para a América do Sul da IUCN, Gabriel Quijandría.
“Existe a necessidade de equilibrarmos os olhares. Às vezes, tem o pensamento de que a Amazônia é apenas o Brasil. Sem dúvida, lá está a maior parte. Mas uma agenda tem que ser impulsionada, também, nos outros países que compartilham a responsabilidade”, destacou.
Outras reivindicações englobam a valorização de pequenos agricultores e agentes da bioeconomia, transição energética de baixo carbono, conservação dos recursos naturais, inclusão de comunidades locais na construção de políticas ambientais e participação juvenil.
Segundo Júlia Garcia, secretária-executiva da SDSN Amazônia, que é vinculada à Fundação Amazônia Sustentável (FAS), a articulação de uma rede sustentável é fundamental para a vitória da sociedade civil. Quando se trata de uma conferência igual a Cúpula da Amazônia a influência se torna ainda maior.
“Temos de ter políticas que sejam pensadas pelos amazônidas para amazônidas. São ideias que precisam beneficiar todas as classes sociais e econômicas da nossa sociedade. Além dos debates, estaremos confeccionando uma carta carregada de propostas e reivindicações para mostrar o que a Amazônia deseja”, destaca.
Neste segundo semestre, outros dois eventos relevantes sobre a agenda ambiental acontecerão: a Cúpula dos Povos de Manaus, em junho, e a Cúpula dos Povos e Sociedade Civil Pan-Amazônica, marcada para acontecer em agosto, em Belém, às vésperas da Cúpula da Amazônia.
Nas próximas semanas, a SDSN Amazônia realizará webinários com a participação da sociedade civil e instituições da Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela e Brasil.
Sobre a SDSN Amazônia
A Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia), criada em 2014 na cidade de Manaus (Brasil), é uma rede regional da SDSN Global. A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) realiza a secretaria executiva da rede. A organização visa mobilizar o conhecimento local na busca e criação de soluções práticas e viáveis para os desafios relacionados ao desenvolvimento sustentável da Pan-Amazônia.
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia por meio de programas e projetos nas áreas de educação e cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, infraestrutura comunitária, empreendedorismo e geração de renda. A FAS tem como missão contribuir para a conservação do bioma pela valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade e pela melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia. Em 2023, a instituição completa 15 anos de atuação com números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 40% no desmatamento em áreas atendidas entre 2008 e 2021.
Créditos da imagem: Rodolfo Pongelupe