Apresentações de teatro e dança marcam o encerramento do Incenturita na comunidade do Abelha
07/08/2017
Na última sexta, 04, o Núcleo de Conservação da Comunidade do Abelha, localizado na RDS do Juma em Novo Aripuanã, distante 225 km de Manaus, foi palco do espetáculo de encerramento do segundo módulo do Projeto de Incentivo à Leitura e Escrita – Incenturita, iniciativa da Fundação Amazonas Sustentável – FAS com apoio da Samsung, Bradesco e Instituto Alair Martins (Iamar).
A atividade contou com a participação de 40 alunos que estudam integralmente na Escola Municipal Victor Civita e marcou o encerramento do ano letivo dos estudantes da região, o qual é antecipado devido ao período de seca do rio Marepaua, afluente do rio Madeira. Ao contrário de outras localidades, na comunidade do Abelha o Incenturita é oferecido como atividade dentro da grade curricular do ensino.
Autonomia e criação
Como resultado dessa imersão, os alunos conquistaram uma autonomia para definirem como seriam suas apresentações e demonstraram um pouco do resultado do aprendizado obtido com o projeto, como é o caso do jovem Alailson Ribeiro, 16, morador da comunidade Santo Antônio. “Eu participo do Incenturita há dois anos e o projeto fortaleceu a minha criatividade. Antes eu tinha vergonha em falar perante o público e agora eu me tornei uma pessoa que eu jamais podia imaginar que me tornaria, pois consigo me comunicar melhor hoje em dia e ainda atuo”, reconhece Alailson.
O imaginário amazônico difundido nas lendas serviu como referência para o tema das peças. Através de fantasias, coreografias e desenhos corporais, a lenda do guaraná, o misticismo da dança do pajé foram usados nas apresentações, bem como a clássica história da Formiga e a Neve, do gênero textual lenga-lenga que é muito utilizado para desenvolver as habilidades de leitura e escrita.
Longe de grandes palcos, os alunos do Incenturita da comunidade do Abelha mostraram que a distância e a simplicidade não é empecilho para emocionar o público. “Achei linda a apresentação porque demonstra o trabalho que os professores tem feito e investido. Isso é o reflexo de que os alunos estão aprendendo”, afirma a nutricionista Bárbara Carvalho.