Comunidades afetadas pela seca em Iranduba recebem doações da Aliança Amazônia Clima
Cestas básicas e galões de água potável foram entregues no último sábado (28/10) a três comunidades na região de ilhas de Iranduba, Amazonas. População sofre efeitos da seca extrema e da vazante do Rio Negro
31/10/2023
Após mais de 130 dias de vazante, que resultaram na maior seca da história, o nível do Rio Negro parou de descer. A interrupção da sequência de quedas pode caracterizar o fim da vazante histórica do Rio Negro em 2023. Mas apesar da boa notícia, os efeitos da seca ainda vão perdurar por mais algum tempo até o rio encher. Populações ribeirinhas da região ainda sentem os impactos da estiagem, com dificuldade de acesso à itens de primeira necessidade, como alimentos e água tratada.
É o caso das comunidades de Jacurutu, Ilha da Paciência e Muratu, localizadas no município de Iranduba (36 km distante de Manaus). Apesar da proximidade com a capital do Amazonas, os moradores da área estão vivendo em situação crítica, afetados pelo baixo volume de água nos braços de rios e igarapés, que fazem a conexão com os centros urbanos.
No último sábado, dia 28 de outubro, a Aliança Amazônia Clima participou de uma ação emergencial, com a doação de 50 cestas básicas e 50 galões de água potável, que beneficiaram 280 pessoas nas três comunidades. A ação, conduzida por uma associação religiosa de Manaus, também incluiu atendimentos odontológicos, de cabeleireiro e estética, e distribuição de brinquedos e roupas.
A Aliança Amazônia Clima, uma idealização da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), é uma iniciativa para o enfrentamento das mudanças climáticas na região amazônica. A Aliança já conta com o apoio de 65 organizações socioambientais, acadêmicas e associações comunitárias, e está mapeando as áreas mais atingidas pela seca no Amazonas e estados vizinhos, para mobilizar doações de alimentos, água potável, remédios, e outros itens de primeira necessidade.
Como ajudar
A Aliança Amazônia Clima está arrecadando alimentos não perecíveis, água potável e valores financeiros para compra de itens de necessidade básica em apoio às comunidades afetadas pela seca extrema na região. As doações podem ser entregues na sede da FAS, localizada na Rua Álvaro Braga, 351, bairro Parque Dez, em Manaus. As contribuições financeiras podem ser feitas por meio da chave PIX 03351359000188 – Fundação Amazônia Sustentável e pelo site bit.ly/doe-amazonia.
Desde o dia 1º de outubro, a FAS vem realizando campanhas para ajudar a vila de Nossa Senhora Nazaré do Arumã, em Beruri (AM), que foi atingida por um deslizamento de terra, e as comunidades Betel e Braga, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Lago do Piranha (AM). As doações arrecadadas até o momento ultrapassam os R$ 100 mil e foram convertidas na compra de cestas básicas, kits de higiene, galões de água mineral, materiais para construção de sistemas de captação e tratamento de água, entre outros itens.
“Tudo isso que vem ocorrendo é particularmente cruel e injusto com os mais pobres. Ainda que todos sejam afetados, as populações mais vulneráveis são aquelas que recebem esse impacto de forma mais violenta”, afirma Virgilio Viana, superintendente-geral da FAS. “Sob essa perspectiva, a Aliança Amazônia Clima é também um movimento contra a injustiça climática que recai sobre as pessoas e comunidades mais remotas e menos favorecidas na região”.
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia por meio de programas e projetos nas áreas de educação e cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, infraestrutura comunitária, empreendedorismo e geração de renda. A FAS tem como missão contribuir para a conservação do bioma pela valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade e pela melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia. Em 2023, a instituição completa 15 anos de atuação com números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 40% no desmatamento em áreas atendidas entre 2008 e 2021.
Créditos de imagem: Divulgação/Aliança Amazônia Clima