Empreendedores apoiados pelo Edital Floresta em Pé participam de intercâmbio de experiências em Manaus
13/11/2018
Como fortalecer a economia local de uma comunidade ribeirinha; quais estratégias para conseguir escoar a produção rural de pequenos agricultores; como proporcionar investimentos de infraestrutura social numa comunidade indígena isolada… Esses e outros questionamentos são temas debatidos nesta terça-feira (13), em Manaus, durante o I Seminário de Boas Práticas Edital Floresta em Pé, realizado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) na sua sede, Rua Álvaro Braga, 351, Parque 10 de Novembro.
Voltado para o público que desenvolve iniciativas apoiadas pelo Edital Floresta em Pé, por meio do Fundo Amazônia/BNDES, o evento funciona como uma reciclagem de conhecimentos e troca de experiências e desafios entre os executores de projetos. Ao todo, representantes de 17 empreendimentos se dividirão em grupos apresentando os avanços e desafios e recebendo capacitações para solucionar os problemas comuns.
“Esse é o nosso primeiro seminário e o objetivo é que eles consigam apresentar quais foram as suas principais dificuldades vividas, como eles venceram essas dificuldades e quais as lições aprendidas para dar continuidade no projeto. Nisso, vai haver uma troca entre eles, de modo que aprendam entre si”, explicou Mickela Souza, coordenadora do Edital Floresta em Pé.
Criado em 2017 pela FAS, o edital recebeu 181 inscrições, avaliadas por um comitê independente que selecionou as 17 aptas para receberem os aportes do banco. Os investimentos giraram em torno de R$ 150 mil para cada projeto.
A programação do evento inclui apresentações dos projetos, dinâmicas em grupo, compartilhamento de desafios, momento de perguntas e capacitações de boas práticas. Entre os participantes do seminário estão projetos sobre agricultura familiar, responsabilidade socioambiental, recursos pesqueiros, cadeia produtiva do açaí, escoamento de produção e comercialização de aves, empreendedorismo de base comunitária, resíduos sólidos, entre outros.
Produtoras como Edna Rocha, da Associação de Produtores Rurais da Floresta Nacional (FLONA) de Tefé. Com o recurso aportado, os comunitários fortaleceram as ações turismo, abrindo trilhas e fazendo a manutenção de outras, bem como aprimorando o marketing para comercialização de pacotes.
“O dinheiro vem ajudando a gente a investir no que sempre sonhamos, que é trabalhar com turismo no Solimões. A partir disso vamos vendo melhorias em como fazer, como fazer nosso empreendimento melhorar mais, para que possamos fazer o investimento valer a pena e voltar para a comunidade em forma de renda”, explica Edna.
O pescador Raimundo Queiroz representa a Colônia de Pescadores Z-23, de Alvarães. Os investimentos em logística possibilitados pelo edital já ajudam a beneficiar cerca de 180 pessoas que trabalham com o manejo de pirarucu. “A ideia é enfrentar o desafio logístico, fazendo com que facilite para os pescadores transportar a produção e fazer o dinheiro render nas mãos dos pescadores. Muitos desafios e estamos aqui para ouvir dos companheiros como podemos melhorar também”, comenta.
A expectativa é que mais três seminários aconteçam no mesmo mote de aprendizado compartilhado. “Esperamos que o seminário venha propiciar realmente esse grande momento de aprendizado entre eles, de interação e que a gente consiga ao final que eles já visualizem os próximos passos, que é efetivamente toda a escala de produção e comercialização”, completou Mickela.