Projeto leva internet para comunidades isoladas na Amazônia - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
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Projeto leva internet para comunidades isoladas na Amazônia

Projeto leva internet para comunidades isoladas na Amazônia
setembro 12, 2020 FAS

Projeto leva internet para comunidades isoladas na Amazônia

Parceria entre FAS e Americanas investe em conectividade para promover o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas do Amazonas

12/09/2020
João Victor na comunidade Tumbira localizada no interior do Amazonas.

Na vida moderna, é quase impensável viver sem o uso de tecnologias digitais. No entanto, em meio à Amazônia – região que representa aproximadamente 60% do território brasileiro e abriga a maior diversidade em floresta tropical no mundo – ainda há localidades onde a internet parece mais uma “história de pescador”. É para mudar essa realidade que a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e a Americanas desenvolvem, desde 2018, um projeto que leva internet para comunidades remotas do interior do Amazonas. Ao todo, a iniciativa beneficia, diretamente, mais de 1.400 pessoas em oito dos nove núcleos da fundação espalhados pelo estado.

Por conta das distâncias físicas entre as comunidades ribeirinhas e os grandes centros, a escassez de conectividade não apenas mantém os povos da floresta isolados, como impacta seu acesso à saúde, educação, informação, entre outros serviços básicos para uma boa qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável da região. Por conta destes fatores, o acesso à rede já trouxe diversas mudanças para as vidas dos comunitários e ajudou a solucionar desafios importantes, como o da comunicação.

“Usar a internet aproxima a gente dos amigos e parentes que estão distantes. Também nos mantemos em contato direto com membros de associações e instituições, o que é essencial. O projeto Conectividade é o que socorre com uma internet boa, onde conseguimos nos comunicar de maneira rápida e fácil”, conta José Cruz Lima de Lima, 31 anos, morador da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Uacari, no município de Carauari, a 787 quilômetros de Manaus. José trabalha como monitor na Casa Familiar Rural do Campina, espaço de educação focado no campo e na floresta.

Outro beneficiário do projeto é João Victor, 21 anos. Natural de Manaus e estudante de Pedagogia, o jovem é um dos usuários da internet disponível no Núcleo de Conservação e Sustentabilidade (NCS) da FAS, na RDS Rio Negro, uma estrutura integrada à floresta com biblioteca, salas de aula e laboratório de informática. É no núcleo que João Victor assiste às aulas, estuda, faz cursos, se informa e se “conecta” ao mundo além do Tumbira, comunidade situada na zona rural do município de Iranduba, a 64 quilômetros de Manaus.

“Com a chegada da internet do laboratório [NCS], tudo ficou muito mais viável para mim, já que uma boa conexão e que não falha como antes é fundamental para as nossas videoaulas e das provas”, conta o universitário.

É também nesse espaço que a técnica de enfermagem e Agente Comunitária de Saúde (ACS), Maria Augusta Macedo Vieira, de 43 anos, realiza aspectos importantes do seu trabalho. “Usar a internet do laboratório ajudou bastante na minha vida profissional, pois me auxilia a me comunicar melhor com meus superiores que estão distantes”, destaca.

Com o avanço da pandemia do novo coronavírus no Amazonas, o projeto de conectividade também surgiu como aliado, possibilitando o uso de telemedicina como uma importante ferramenta na região. “A telemedicina só é possível por causa do projeto. Por ela, nós recebemos orientações e treinamentos para tratar os casos suspeitos da Covid-19 e como atuar para prevenir a transmissão na comunidade”, relata.

Na comunidade Três Unidos, do povo Kambeba, localizada à margem do rio Cuieiras, na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, a 60 quilômetros de Manaus, a chegada da internet facilitou o acesso à informação e tem ajudado o professor de educação indígena, Mário dos Santos Cruz, 31 anos, a encontrar novas formas de organizar os projetos da comunidade. “O professor indígena precisa assumir uma posição estratégica. Trabalho com o pessoal da saúde e da religião, na organização da comunidade. Além disso, contribui no processo de reflexão e planejamento dos projetos da comunidade. Sou uma liderança, meu papel social é muito importante na comunidade como professor”, afirma.

E para melhor exercer esse papel, o acesso à rede é imprescindível para Mário e os demais moradores da Três Unidos. “É essencial hoje ter informação, participar e opinar e, nisso, a internet facilita muito”, diz o professor.