FAS realiza consulta popular para propor melhorias no sistema de saúde na Amazônia - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
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FAS realiza consulta popular para propor melhorias no sistema de saúde na Amazônia

FAS realiza consulta popular para propor melhorias no sistema de saúde na Amazônia
abril 20, 2021 FAS

FAS realiza consulta popular para propor melhorias no sistema de saúde na Amazônia

Lançada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), a pesquisa visa levantar dados para a construção de propostas para fortalecer e aprimorar os serviços de saúde nas comunidades ribeirinhas e aldeias amazônicas

20/04/2021
Profissional da saúde realizando consulta popular em comunidade indígena no Amazonas.

A pandemia da Covid-19 afetou duramente as regiões remotas da Amazônia, expondo a necessidade de se  aprimorar o modelo de atenção básica de saúde na região. Com o objetivo de contribuir com a proposição de estratégias para superação dos desafios há muito tempo enfrentados nos territórios indígenas e comunidades ribeirinhas, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) está realizando, até o dia 7 de maio, uma consulta popular para conhecer as necessidades dos usuários do sistema. O questionário está disponível no link: abre.ai/sus-floresta.

A pesquisa ocorre no âmbito do projeto SUS na Floresta da FAS, que busca analisar, debater e propor ajustes no Sistema Único de Saúde (SUS) para melhor adequá-lo à realidade da Amazônia profunda. O projeto é articulado por meio de uma parceria com o programa Todos Pela Saúde, iniciativa criada pelo Itaú Unibanco para apoiar o combate ao novo coronavírus e seus efeitos.

“Os esforços do projeto visam identificar soluções para a efetividade dos serviços nestes territórios, garantindo um sistema que promove saúde, cuidado e qualidade de vida a ribeirinhos e indígenas, e que considera suas especificidades e interculturalidades”, explica a consultora do SUS na Floresta, Nathalia Flores.

Através da consulta popular, a FAS pretende envolver a sociedade no processo de construção dessas propostas, para que elas possam refletir ao máximo as impressões e opiniões da população, muitas vezes excluída dos processos decisórios sobre saúde pública: quais são as dificuldades enfrentadas e o que pode ser melhorado. A pesquisa é aberta à participação de pessoas de todo o Brasil, tanto da área urbana quanto rural.

Realidade amazônica

O objetivo do SUS na Floresta é fortalecer e aprimorar o SUS para o contexto específico das comunidades e aldeias amazônicas. A principal característica da Amazônia profunda é o isolamento e, dele, decorrem dificuldades de transporte, logística e comunicação, que impactam diretamente os serviços de saúde na região. Entre os principais gargalos identificados pelo projeto, estão problemas de acesso à atendimento, exames e medicamentos pela população, além da falta de estrutura adequada de trabalho para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes Indígenas de Saúde (AIS) que atuam junto às comunidades e famílias atendidas na atenção primária.

É necessário considerar ainda as diferenças sociais, culturais, ambientais, econômicas e institucionais da região. Nesse sentido, o projeto propõe um olhar mais voltado à realidade da população local, resgatando práticas preventivas e tratativas que incorporam suas tradições, saberes e identidades. “Essas populações, tradicionalmente e ancestralmente, possuem práticas integradas e complementares de saúde, com suas garrafadas, seus preparos de plantas medicinais, suas rezas, benzedeiras e pajelanças. São práticas valiosas, mas que não estão se efetivando dentro de uma política de saúde”, destaca Nathalia.

Próximos passos

Após a conclusão do levantamento e a elaboração de uma proposição de melhorias e aprimoramentos do sistema de saúde, a próxima etapa do projeto será a apresentação e defesa das sugestões junto ao poder público, fomentando um processo de discussão. “É o passo de levar isso às autoridades, ao legislativo, ao poder público, e tentar influenciar essa política pública de saúde para promover, nas instâncias legais, as melhorias necessárias. Mostrar que houve um processo consultivo e participativo, em que pessoas de organizações e da sociedade se envolveram, e que resultou nessa proposição”, conclui a consultora.