Com maior participação feminina, Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta chega à 14º edição - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
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Com maior participação feminina, Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta chega à 14º edição

Com maior participação feminina, Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta chega à 14º edição
junho 15, 2015 FAS

Com maior participação feminina, Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta chega à 14º edição

15/06/2015

Foi aberta na manhã desta segunda-feira (15) a 14º edição do Encontro de Lideranças do Programa Bolsa Floresta (PBF), evento que reUne comunitários de várias regiões do Amazonas para discutir o desenvolvimento das atividades do Programa no interior do Estado.  O encontro é promovido pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e conta com a participação de órgãos governamentais e não-governamentais, além de instituições do segmento socioambiental do Amazonas. A solenidade de abertura contou a presença do superintendente geral da FAS, Virgílio Viana, o secretário adjunto da Secretaria de Meio ambiente do Amazonas (Sema), Antônio Andrade e a coordenadora geral do PBF, Valcleia Solidade. O evento acontece até sexta-feira no Centro de Formação Maromba, Zona Centro-Sul de Manaus, e é realizado pela FAS com apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Coca-Cola Brasil, Bradesco e Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
Um dos destaques desta edição é o aumento relativo no nUmero de mulheres participantes do evento: dos 37 líderes comunitários, 12 são do sexo feminino, nUmero recorde desde o início da realização do evento, realizado semestralmente desde 2009, destacou a coordenadora geral do PBF, Valcleia Solidade.
“O engajamento das mulheres tem sido fundamental nas unidades de conservação, e este encontro é uma prova do empoderamento que elas vem conseguindo ao longo dos anos. Participam deste evento líderes eleitos pelos comunitários, e ver esse nUmero aumentando é um indicador muito positivo da igualdade crescente nas áreas de atuação do Bolsa Floresta”, comenta Valcleia.
O Encontro abre espaço para um diálogo entre a nova estrutura administrativa do Governo do Amazonas e as lideranças ribeirinhas. Ainda pela manhã, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema, antiga SDS) apresentou sua nova organização interna, que sofreu alterações após a reforma proposta pelo Governo do Amazonas no início deste ano. Os comunitários foram informados sobre o novo quadro do Departamento de Mudanças Climáticas e Unidades de Conservação (DEMUC), que assimilou as atividades dos extintos centros estaduais.
A tarde, os ribeirinhos puderam entender um pouco mais da legislação que dispõe sobre o manejo florestal, regulado em âmbito estadual e federal. Desde 2013, para o licenciamento do plano de manejo, documento que autoriza a extração sustentável de madeira, tornou-se dispensável a existência do CDRU (Concessão de Direito Real de Uso), o que torna o processo viável para mais comunidades ribeirinhas. Basta que o órgão regulador declare a residência fixa dos comunitários, para que eles possam iniciar o Plano de Manejo de Pequena Escala. Além de facilitar a vida dos ribeirinhos, essa decisão reduz a extração ilegal nas Unidades de Conservação (UCs) do Estado.
“O manejo é importante para a gente durante o inverno. Temos quatro planos, com um funcionando na época que fica mais difícil viver do peixe, já que o rio está mais cheio. Os outros três estão parados, e aqui a gente conversa com o Ipaam para entender onde devemos trabalhar para liberar”, comenta seu Edvar Bezerra, lider da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Cujubim.

Programação

Nesta terça-feira, o encontro deve abordar pela manhã os avanços e perspectivas para o Bolsa Floresta e seus programas complementares, com apresentação do superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana. Na sequência, entra em pauta a redução do desmatamento e queimadas do PBF, que no Ultimo ano, reduziu pela metade em comparação com áreas não-participantes. Pela tarde, a discussão versará sobre a implementação dos componentes Renda e Associação do PBF nos próximos anos, em parceria com o Fundo Amazônia/Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As atividades iniciam a partir das 8h.
No terceiro dia do encontro, quarta-feira (17), entram em discussão os indicadores de gestão do Bolsa Floresta e das associações participantes da iniciativa. O dia termina com um apoio a prestação de contas das associações, que recebem de forma participativa investimentos em melhoria de qualidade de vida e geração de renda. Na quinta-feira (18), entra em discussão o projeto de empreendedorismo ribeirinho, com a participação do Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (CIDE), incluindo visitas a empresas incubadas. Pela tarde, será realizada uma avaliação do empoderamento das lideranças, foco do componente Associação do PBF.
“Nesta edição estamos promovendo uma interação do Governo com os ribeirinhos, para que todos possam ter ciência da nova estrutura administrativa do Estado direcionada ao meio ambiente. Também estamos dedicando tempo para uma interação administrativa entre FAS e os ribeirinhos, discutindo temas essenciais, como execução dos projetos e prestações de contas”, destaca Valcleia.
Na sexta-feira (19), o XIV Encontro encerra com a apresentação de projetos Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da FAS, que engloba as cadeias do açaí, óleos nativos e madeira manejada. Em seguida, o Programa de Educação e SaUde da FAS apresenta atividades voltadas à criança e ao adolescente, por meio do Projeto Primeira Infância Ribeirinha (PIR), e do Fundo Municipal de Apoio a Criança e Adolescente (Fumcad). Também serão apresentados os dados recentes do Observatório da Educação em UCs, iniciativa da FAS para monitorar o desenvolvimento da educação infantil nos municípios do interior do Amazonas.
“O evento é muito legal e importante, para a gente entender mais sobre a nossa reserva, entender o processo de decisão das coisas. Ã? a primeira vez que a gente está aqui, queremos participar mais vezes e levar essas lições para perto de casa”, comenta Jeane Nascimento do Santos, comunitária que participa pela primeira vez do Encontro.