Com produção própria, camisetas alavancam empreendedorismo nas reservas do Rio Negro
21/08/2012
Os comunitários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro participaram de uma experiência nova. As mulheres costureiras trabalharam no Alinhavando o Futuro, um programa voltado à confecção autônoma de camisetas na própria comunidade. Na mesma linha, os jovens estudantes aproveitam a oportunidade e alavancam os primeiros passos no empreendedorismo, comercializando as primeiras produções. A iniciativa partiu da In Totum Produções, de São Paulo, contando com apoio da Fundação Amazonas Sustentável (FAS).
As oficinas envolveram 15 costureiras. Elas receberam material didático, como apostilas, máquinas e tesouras. Durante o curso, um panorama do processo de confecção de vestuário foi apresentado. Da escolha do tecido e linha a entrega ao consumidor final, todos os passos para o favorecimento de uma cadeia de produção foram traçados.
As confecções seguiram a temática regional. As oficinas oferecidas pela In Totum buscaram valorizar a cultura local, fortalecendo a identidade da própria comunidade. A estratégia é utilizar a temática amazônica como mais um atrativo para comercialização.
Na programação dos cursos, foram repassadas técnicas de modelagem, corte e costura, tingimento, transformação e customização, stencil e silk screen. Os comunitários receberam ainda orientações de onde adquirir as melhores matérias-primas, tendo como embasamento uma pesquisa feita na região e que mediu custo x benefício.
Somente durante a fase de aprendizagem, uma estimativa de 60 peças foram produzidas. As atividades foram desenvolvidas no NUcleo de Conservação e Sustentabilidade (NCS) Agnello Bittencourt Uchôa, na comunidade do Tumbira
Os jovens empresários do Rio Negro
Para incentivar ainda mais o negócio, a FAS trouxe um primeiro lote de peças para venda, produzidas com apoio da In Totum. Os alunos participam de todo o processo de comercialização. Os recursos obtidos com esse processo já serão aplicados na aquisição de novas matérias-primas, para a continuidade do projeto.
A intenção é apoiar o aprendizado por meio do interesse em atividades voltadas para o empreendedorismo. Além do mais, os participantes trabalham a matemática prática e desenvolvem habilidades de comunicação, divulgando o trabalho do NUcleo e da escola. Como resultado, a autoestima da comunidade também sofre positivo impacto. Inês Alencar, gestora do NCS do Tumbira, comenta os avanços na comunidade.
“O projeto desenvolve nos alunos habilidades como comunicação, expressão e resgata a autoestima deles, trazendo de volta a confiança e segurança naquilo que fazem”, comenta.
Inês ainda acrescenta a importante formação humanística implicada na formação de jovens empreendedores. “O programa dá a esses alunos um senso de responsabilidade e comprometimento naquilo que eles escolheram fazer”, finaliza.
Nessa Ultima sexta-feira (17), os cursos se encerraram na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro.