Comitiva de alemães visita modelo sustentável de geração de renda em comunidade no Rio Negro
21/05/2019
UEA, Abio e FAS receberam cientistas, empresários e representantes do governo alemão como parte da programação de Seminário Brasil-Alemanha de Bioeconomia.
Com o objetivo de compartilhar o modelo sustentável de geração de renda na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a Aliança para a Bioeconomia da Amazônia (ABio) e a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) levaram uma comitiva de cientistas, empresários e representantes do governo alemão à comunidade do Tumbira, beneficiada por estratégias de conservação na região amazônica. A visita faz parte da programação de Seminário Brasil-Alemanha de Bioeconomia.
O vice-reitor da UEA, Cleto Leal, ressaltou o quão importante é proporcionar aos convidados uma apresentação a uma comunidade do Amazonas que apesar da simplicidade pode ser transformada através de um modelo sustentável. “Com certeza demos um novo olhar aos convidados alemães em relação ao Amazonas. Conhecendo nossa realidade conseguimos fazer várias coisas, mantendo a floresta, a comunidade e o desenvolvimento sustentável. O mais importante é o conhecimento tradicional que a comunidade tem”, salientou.
O coordenador internacional de bioeconomia do Ministério da Agricultura da Alemanha, Tilman Schachtsiek, declarou estar impressionado com os avanços da comunidade desde a última visita, feita há dois anos. “Tivemos essa mesma impressão quando estivemos aqui anteriormente. Por isso, pedimos o apoio do governo alemão. Desde então vi um desenvolvimento bastante grande e estamos felizes que esses recursos estejam sendo usados de forma sustentável. O motivo de estarmos aqui é para enxergar o potencial de outros tipos de projeto”, explicou.
Pela primeira vez no Brasil, Frank Ordon, presidente do Instituto de Pesquisa de Criação de Plantas Hortícolas da Alemanha, Julius Kühn-Institut (JKI), disse ser uma grande honra estar num lugar com muita informação sobre sustentabilidade, produtividade florestal e bioeconomia. “Nós somos colegas em campos medicinais e estamos felizes em observar uma colaboração com cientistas brasileiros. Temos um projeto em comum com a JKI, trabalhamos com genéticas de plantas medicinais, produção de plantas agrícolas e proteção de plantas para melhora de produtos ecológicos. Acabo de perceber hoje que temos algumas plantas em comum como a sálvia, mas também há outras totalmente diferentes”, ponderou.
Para o geneticista Severin Polreich, existe um potencial de biodiversidade na região e é preciso trabalhar para aprofundar esse conhecimento. “Não adianta apenas falar da biodiversidade que se mostra em exemplos práticos e não colocar isso na prática, colocar a mão na massa, mostrar o que tem de diversidade e o que dá para fazer com aquilo”, ressaltou Severin.
Seminário de Bioeconomia
Nesta terça (21), a comitiva de alemães participa do Seminário Brasil-Alemanha de Bioeconomia, com o tema “Plantas Medicinais: Conectando Florestas, Ciências e Negócios”, realizado no Auditório da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), na Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA), na avenida Carvalho Leal, nº. 1777, Cachoeirinha.
Na quarta (22), a comitiva viaja para a cidade do Rio de Janeiro, juntamente com pesquisadores da UEA, onde acontece a 7ª edição da conferência internacional Green Rio, para discutir temas acordados entre os governos de Brasil e da Alemanha no cenário da Bioeconomia.
Comunidade do Tumbira
Com 180 pessoas e 35 famílias, a comunidade do Tumbira é um modelo de bioeconomia e um modelo sustentável de geração de renda, com empreendimentos de turismo de base comunitária, que fica situada dentro da RDS Rio Negro, uma Unidade de Conservação (UC) onde a FAS atua, em cooperação técnica com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).