Comunidades tradicionais da Amazônia recebem capacitação sobre biodiversidade e monitoramento ambiental
Para monitoramento ambiental, comunidades ribeirinhas e indígenas são atores indispensáveis no processo de adaptação às mudanças climáticas e à crise ecológica global e, por isso, devem estar no centro de ações que buscam mitigar esses impactos.
03/01/2022
Construído de forma participativa com comunidades tradicionais, a ação “Sensibilização e monitoramento da biodiversidade e do desmatamento em cinco unidades de conservação (UCs) do Projeto Amazonas Sustentável”, desenvolvida pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em parceria com a Petrobras, ajudou a conservar um total de 2.687.474 hectares (99,96% da área totalmente conservada), capacitou de 47 Agentes Voluntários Ambientais (Agvs), para o uso de GPS e leitura de mapas, e sensibilizou diretamente 738 pessoas sobre a temática ambiental e de mudanças climáticas.
Os trabalhos englobaram onze municípios amazonenses nos quais as unidades de conservação contempladas pelo trabalho da FAS estão delimitadas: Uarini, Maraã, Fonte Boa, Carauari, Manaus, Novo Airão; Presidente Figueiredo, Iranduba, Manacapuru, Tefé e Coari. Ao todo, foram representadas 43 comunidades ribeirinhas e indígenas.
A iniciativa buscou auxiliar as comunidades participantes com informações, ferramentas e mecanismos que contribuíram para a mitigação do desmatamento e para a fiscalização ambiental, além de sensibilizar, principalmente as gerações mais jovens, sobre a importância de manter a floresta em pé.
Em plena pandemia, o jovem Pedro Cláudio Miguel Diamantino, 18 anos, da comunidade Punã, ingressou nas atividades de monitoramento ambiental participativo. Apesar disso, afirma que aproveitou as práticas online para aprender a elaborar mapas e marcar os pontos de foco de calor na comunidade. “Hoje os alunos já conseguem fazer esse monitoramento e conseguimos orientar as pessoas a não desmatar e proteger o meio ambiente”.
Para Verônica Praia, estudante de 16 anos que também participou das atividades na comunidade Punã, localizada na RDS Mamirauá, no município de Uarini, a oportunidade de orientar e conscientizar os moradores das quase 100 casas que visitou sobre descarte apropriado de resíduos sólidos gerados localmente foi muito gratificante. “Fizemos entrevistas para ver se as pessoas estavam queimando o lixo ou jogando na rua. Foi muito bom fazer isso, porque a gente pôde conversar e orientar as pessoas”.
Além disso, Verônica participou do plantio de mudas em sua escola. “Plantamos mudas de acerola e caju na horta da escola para melhorar a alimentação dos estudantes e também coletamos espécies de plantas para plantar em frente à escola. Achei muito legal e foi bastante gratificante participar disso”.
Sobre o projeto
Como forma de conscientizar e, ao mesmo tempo, mobilizar capital humano para responder às rápidas mudanças na cobertura da terra, o Projeto Amazonas Sustentável (PAS), uma parceria entre a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e a Petrobras, desenvolveu uma estratégia, em conjunto com comunidades ribeirinhas e indígenas, denominada “Sensibilização e monitoramento da biodiversidade e do desmatamento em cinco unidades de conservação (UCs) do Projeto Amazonas Sustentável”. As iniciativas do projeto estavam inseridas no Programa de Educação para a Sustentabilidade (PES) da FAS.
Sobre a FAS
Fundada em 2008 e com sede em Manaus/AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.