Dom Sérgio Castriani defende fortalecimento comunitário em unidades de conservação do Estado
25/11/2013
O arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castriani, acredita que o fortalecimento comunitário pode superar as dificuldades políticas no interior do Estado. O líder da igreja católica no Amazonas conversou nesta sexta-feira (22) com ribeirinhos de 15 reservas participantes do XI Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta, promovido pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que acontece desde segunda-feira no Centro de Formação Maromba, Rua da Maromba, Chapada, Zona Centro Sul de Manaus.
Dom Sérgio acredita o fortalecimento das comunidades trará aos ribeirinhos mais acesso às políticas pUblicas. Para ele, o empoderamento dos amazonenses pode fazer resistência às vontades políticas, que nem sempre resolvem os problemas do interior.
“Defendo a organização comunitária como instrumento fundamental de desenvolvimento no interior. Ela é imprescindível para o acesso às políticas pUblicas. Quando você tem uma associação, bem formada e organizada, você tem muito mais força para conseguir melhorias, porque fica mais resistente às vontades dos políticos, do prefeito, do vereador, que nem sempre estão atentos às demandas”, arguiu o bispo.
O arcebispo também enfatizou a importância da promoção de educação no interior do Amaoznas. Segundo Dom Sérgio, preparar ribeirinhos para o desafio de liderar aumentará o nUmero de acertos nas iniciativas, dando ainda mais clareza sobre quais avanços estão ocorrendo.
“A importância de nós formarmos no interior gente que seja capaz de ajudar nesse processo. Com mais capacitação, as comunidades ganham melhor capacidade de gerenciamento, mais cuidado com a prestação de contas no fim do mês. Além do mais, todos passam a ter conhecimento de como as cantinas funcionam, como está a questão das moradias etc.”
O bispo se dirigiu aos ribeirinhos destacando também a motivação que viu dos comunitários em conservar a floresta e mudar de vida. Para ele, há um avanço de mentalidade muito claro dentro das unidades de conservação, nos Ultimos anos.
“Minha primeira missão foi no alto Envira. Cheguei no tempo dos seringais, onde a figura do patronalismo existia. Vocês são filhos de toda uma geração que viu muito aquela postura negativa de dominação e teve vontade de mudar o cenário. Ter tanta gente aqui debatendo sobre conservação era algo impensável. Hoje, vocês mostram outra história, uma motivação muito diferente”, finalizou.