Em parceria com organizações locais, Manaus F.C. estende faixa pela Amazônia no Dia do Meio Ambiente
A ação pela conservação da Amazônia foi uma parceria entre o clube, Fundação Amazônia Sustentável (FAS), plataforma Namaloca e a Associação Intercultural de Hip-Hop Urbanos da Amazônia (AIHHUAM).
06/06/2022
Neste domingo, 5 de junho, no Dia Mundial do Meio Ambiente, a conservação ambiental e a força dos povos da Amazônia entraram em campo. Em partida válida pela Série C do Campeonato Brasileiro de 2022, a equipe do Manaus Futebol Clube carregou uma faixa dedicada à data de conscientização pelo meio ambiente com foco no bioma Amazônia.
Exibindo a frase “O Meio Ambiente não pode virar história. O futuro da Amazônia é agora!” e as hashtags “#DiadoMeioAmbiente50anos” e “#AmazôniaéAgora”, a faixa foi destaque na abertura da competição contra o Altos F.C., realizada às 15h30 (horário local), no Estádio Ismael Benigno, na capital manauara.
A ação é resultado de uma parceria entre o Manaus F.C. e o Coletivo Vozes da Amazônia, com organização local da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), pelo projeto “Eu Voto Na Amazônia Viva”, e a Associação Intercultural de Hip-Hop Urbanos da Amazônia.
O Coletivo Vozes da Amazônia é uma rede de organizações presentes na Amazônia Legal, que compõem um movimento em prol da valorização do território amazônico, seu legado e futuro. Para o Dia do Meio Ambiente, data internacional que completa 50 anos de realização, desde o final de maio estão sendo realizados eventos, como saraus, rodas de conversa e intervenções urbanas em vários estados da Amazônia.
Movimento coletivo pela Amazônia
Nas redes sociais, desde a última quinta-feira, 2 de junho, o coletivo tem movimentado o Twitter, Instagram e Facebook com uma série de postagens de perfis institucionais e de usuários também com as hashtags #DiadoMeioAmbiente50anos e #AmazôniaéAgora.
Em Manaus, a ação da faixa, conduzida pela FAS, Associação Intercultural de Hip-Hop Urbanos da Amazônia e plataforma Namaloca, foi planejada com a diretoria e o marketing do Manaus Futebol Clube e surgiu da vontade compartilhada de levar ao público os temas de preocupação socioambiental da Amazônia.
No último dia 1º, os perfis virtuais do Manaus F.C. apresentaram uma mudança curiosa: no brasão do clube, destacava-se a ausência de seu símbolo maior, o gavião-real. Popularmente conhecido como harpia (Harpia harpyja), o animal de porte imponente é a maior ave de rapina do Brasil. É muito característico da Amazônia, mas nos últimos anos o predador sofre ameaças causadas por atividades humanas, como a caça e o desmatamento.
O “sumiço” do Gavião do Norte do escudo do Manaus F.C., que gerou curiosidade e consternação em seus torcedores, ecoa a ameaça de extinção de muitas espécies da fauna e flora amazônica. E, junto com elas, o desaparecimento dos modos de vida dos povos locais.
Um dos responsáveis pela ação envolvendo o escudo do clube, o diretor de Marketing e Comunicação, Thiago Martins, comentou sobre a proposta, que apesar de polêmica, serviu de alerta.
“Na posição que o Manaus F.C. ocupa hoje é importante que o clube seja porta-voz de temas relevantes e, principalmente, que deem visibilidade ao contexto do povo do Norte. Temos feito isso com os uniformes – time da floresta e time de indígenas – além de trabalhar de maneira solidária em prol de outros irmãos da região, como pela causa dos povos originários e dos ribeirinhos. A ação do Dia do Meio Ambiente foi audaciosa, mas trouxe atenção à discussão, que para muitos é vista de maneira macro. O sumiço da harpia, o gavião real, é apenas uma das muitas perdas que a luta da preservação ambiental pode sofrer”, afirma.
Sobre a FAS
Fundada em 2008 e com sede em Manaus/AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.
Crédito da imagem: Grazi Praia