FAS fortalece o protagonismo de mulheres na Amazônia em projetos de empreendedorismo, esportes e educação - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
DOE PARA FAS

FAS fortalece o protagonismo de mulheres na Amazônia em projetos de empreendedorismo, esportes e educação

FAS fortalece o protagonismo de mulheres na Amazônia em projetos de empreendedorismo, esportes e educação
março 8, 2024 FAS

FAS fortalece o protagonismo de mulheres na Amazônia em projetos de empreendedorismo, esportes e educação

08/03/2024
Mulheres realizando oficina promovida pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS).

Para melhorar a qualidade de vida das populações da Amazônia é necessário empoderar meninas e mulheres indígenas e ribeirinhas, para que possam desenvolver seus potenciais e ter seus direitos garantidos. Pensando nisso, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) promove uma série de iniciativas para fortalecer o protagonismo feminino na Amazônia, por meio de diversos projetos nas áreas de educação, esporte, cidadania, empreendedorismo e geração de renda.

Os impactos dessas ações incluem mais de 5,9 mil meninas e mulheres ribeirinhas do Amazonas beneficiadas com ações socioeducativas; aporte financeiro de R$1,2 milhão para cinco organizações indígenas lideradas por mulheres; o incentivo à formação de atletas; entre outras iniciativas.

Parentas que Fazem

O projeto “Parentas que Fazem” tem o objetivo de fortalecer organizações de mulheres indígenas empreendedoras do Amazonas por meio de qualificação profissional e apoio financeiro. A chamada selecionou cinco coletivos femininos indígenas formais e informais que vão receber, cada um, financiamento de R$ 250 mil, além de iniciação empreendedora, assessoria técnica e formação em gestão. Até março de 2024, foram realizadas quatro oficinas de elaboração de projetos e formações especializadas para as organizações selecionadas.

Outro eixo do projeto é um mapeamento das organizações indígenas femininas dos nove estados da Amazônia Brasileira. O levantamento identificou, até novembro de 2023, 118 organizações de 172 povos indígenas, mapeadas em 49 municípios. As atividades desenvolvidas por essas mulheres envolvem artesanato, atividades agrícolas, manejo, artesanato, culinária, apicultura, embalagens biodegradáveis, moda indígena, costura e artes.

De acordo com a supervisora do Subprograma Indígena da FAS, Rosa dos Anjos, as atividades do projeto “Parentas que Fazem” buscam fomentar o empoderamento de mulheres indígenas amazônidas, que geram renda em suas comunidades por meio de seus conhecimentos tradicionais.

“A busca pelo empoderamento das mulheres indígenas vem de décadas e é um aprendizado a cada dia. Essa oportunidade que a FAS está proporcionando por meio do projeto nos empodera a alcançar outras parentas, nos fortalece dentro e fora de nossas aldeias e comunidades. Somos resistentes, resilientes, reflorestamos mentes e corações”, afirma Rosa.

O “Parentas que Fazem” é uma iniciativa da FAS com apoio do Google.org, instituição filantrópica do Google, e parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Makira-E’ta – Rede de Mulheres Indígenas do Amazonas. 

Arquearia indígena

A atleta indígena Graziela Yaci Santos sabe bem como o apoio e o incentivo corretos podem levar as mulheres ao lugar mais alto do pódio. Por meio do projeto Arquearia Indígena da FAS, a jovem conheceu o Tiro com Arco como esporte em 2014 e desde então vem colecionando vitórias. Graziela participou dos Jogos Sul-Americanos de 2018, na Bolívia, onde foi medalhista de ouro duas vezes, e do Grand Prix do México, onde conquistou uma medalha de prata. Em 2019, a atleta da etnia Karapanã entrou para a história como a primeira indígena a representar o Brasil no Tiro com Arco em um Pan- Americano.

“A FAS tem sido indispensável para tudo isso acontecer, foi através do projeto Arquearia Indígena que conheci o tiro com arco e me identifiquei com o esporte, tudo idealizado e apoiado pela Fundação, então eu tenho muita gratidão por tudo que fizeram e estão fazendo”, conta a atleta.

Graziela entende a importância de sua representatividade enquanto mulher e indígena para inspirar outras meninas e mulheres.

“É importante para inspirar as pessoas, para terem coragem e comprometimento com seus sonhos e objetivos, sempre buscarem melhorar e aprender, que é possível sim realizar nossos objetivos, não é fácil, mas se trabalharem e acreditarem, vão conseguir. Meu desejo é que todas as mulheres se empoderem de coragem, que busquem melhorar suas vidas, tudo é possível, só precisamos buscar e fazer acontecer. Nós mulheres somos fortes, sem distinção!”, afirma Graziela.

Educação

O projeto Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhas da Amazônia (Dicara) é outro componente importante no trabalho realizado pela FAS para fortalecer a rede de proteção da juventude da floresta, incluindo meninas e adolescentes. Por meio de ações socioeducativas nas áreas de educação, cidadania, lazer e esporte, além de capacitações, oficinas e orientações de enfrentamento a desafios da juventude, o Dicara já atendeu mais de 5,9 mil meninas e mulheres em comunidades ribeirinhas e bairros periféricos do Amazonas.

O desporto é uma das práticas incentivadas pelo Dicara, que promove as “Olimpíadas da Juventude da Floresta”, eventos socioeducativos que combinam lazer, cultura e esporte por meio da disputa de diversas modalidades desportivas. As meninas e adolescentes são participantes entusiasmadas da competição, que inclui o futebol feminino, uma das categorias mais disputadas do evento. Nesse espaço, o talento dessas jovens atletas pode ser visto e desenvolvido, contribuindo para florescer e concretizar sonhos na Amazônia.

Rede de Mulheres

Em 2023, a FAS realizou o Seminário Mulheres da Floresta, evento que teve como objetivo potencializar o protagonismo feminino das populações de Unidades de Conservação (UCs), Terras Indígenas (TIs) e Comunidades Remanescentes Quilombolas (CRQs) da Amazônia e fortalecê-las nas tomadas de decisões em seus territórios. 

O evento resultou em um manifesto que abordou os seguintes temas prioritários: Mudanças Climáticas, Segurança, Educação, Saúde, Desenvolvimento Econômico, Empoderamento e Infraestrutura Comunitária, entregue para representantes políticos do Amazonas e do país.  

Além disso, foi criada a Rede de Mulheres das Águas e das Florestas (REMAF), rede colaborativa entre mulheres ativistas da sociobiodiversidade que potencializa o protagonismo feminino de populações tradicionais ribeirinhas, indígenas, quilombolas; na defesa de seus direitos públicos à saúde, educação, segurança pública, geração de renda, empreendedorismo e na busca por soluções ao enfrentamento das mudanças climáticas.

A Remaf, inclusive, realiza nesta sexta-feira, um roda de conversa on-line com o tema ‘Vozes das Águas e das Florestas’, das 15h30 às 17h30. Para participar, basta se inscrever por meio do link abre.ai/i8WE.

A rede é apoiada pela BrasilFoundation, Green Economy Coalition e Oak Foundation e hoje conta com a secretaria executiva de Marysol Goes, responsável pelo HUB de Bioeconomia Amazônica, rede coordenada pela FAS em parceria com a Green Economy Coalition que articula e conecta mais de 160 lideranças e organizações que promovem uma bioeconomia amazônica inclusiva.

 

Sobre a FAS

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 16 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 40% no desmatamento em áreas atendidas.

 

Créditos de imagem: Rodolfo Pongelupe