Jovens de unidades de conservação do interior do Amazonas participam de oficinas de comunicação - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
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Jovens de unidades de conservação do interior do Amazonas participam de oficinas de comunicação

Jovens de unidades de conservação do interior do Amazonas participam de oficinas de comunicação
agosto 22, 2022 FAS

Jovens de unidades de conservação do interior do Amazonas participam de oficinas de comunicação

22/08/2022
Jovem participa de oficinas de comunicação, com a equipe do portal Catraca Livre, promovida pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), na comunidade indígena Três Unidos, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro.

Tornar potentes as vozes do interior do Amazonas, lar de milhares comunidades ribeirinhas e indígenas, mostra-se essencial para qualidade de vida das populações. Elas são as responsáveis pela manutenção da floresta em pé de um dos biomas mais importantes do mundo, a Amazônia.  

Para colaborar nesse processo, mais de 20 jovens de cinco unidades de conservação (UCs) participaram de uma oficina teórica e prática de comunicação com a equipe do portal Catraca Livre, promovida pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS). A formação ocorreu nos dias 12 e 13 de agosto na comunidade indígena Três Unidos, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro. 

Anteriormente à imersão na comunidade, os jovens participaram de uma oficina sobre videorreportagem com a equipe da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, no Acelera Hub Space, espaço criado pela Fundação Rede Amazônica. Durante a atividade, os jovens também puderam conhecer as dependências de um dos maiores veículos da região Norte do país. 

Os adolescentes participantes são oriundos de sete Núcleos de Inovação e Educação para o Desenvolvimento Sustentável (Nieds) integrantes do programa ‘Repórteres da Floresta’, implementado pela FAS desde 2014 e que tem como objetivo capacitar a juventude por meio de ferramentas de educomunicação. A programação integra uma nova fase do programa, voltada à produção de conteúdo para mídias sociais. 

O sonho de Jucinaldo Batista, de 17 anos, é ser jornalista. O jovem é do Nieds Victor Civita, localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, no município de Novo Aripuanã, interior do Amazonas. 

Para ele, a atividade foi valiosa na obtenção de novos conhecimentos e na compreensão de conceitos básicos, mas importantes para que ele possa garantir a qualidade do conteúdo criado no interior e com recursos escassos, tais como gravar o som de entrevistas sem o uso de um microfone de lapela. 

“Aprendi coisas que não tinha a mínima ideia, principalmente sobre audiovisual e redes sociais”, comenta. Ele tinha doze anos quando começou a participar das oficinas e atividades do programa Repórteres da Floresta, que o incentivou a persistir em seu sonho de se tornar um comunicador.  

“Quando eu tiver 20 anos, espero que eu já esteja trabalhando na área. Meu sonho é ser jornalista e vou conseguir, sempre tive esse sonho vendo os repórteres na TV. A minha vontade cresce cada dia mais”, afirma.  

O jovem Antônio dos Santos viajou mais de 10 horas para chegar em Manaus e conseguir participar da oficina. Comunitário da RDS Uacari, localizada no município de Carauari, foram 8 horas de viagem de lancha e duas horas de avião até a chegada na capital. Com 21 anos, ele também quer seguir a área de comunicação, seu desejo é ser fotógrafo e produtor audiovisual.  

“A comunicação no interior é pouca, não temos muitos repórteres. No meu município, só há dois profissionais. Eu acho que o potencial está muito abaixo do que deveria ser e por isso eu gostaria de seguir nessa profissão também”, comenta. 

A oficina na comunidade Três Unidos repassou conteúdos teóricos do jornalismo e técnicas de videorreportagem com uma das jornalistas do portal Catraca Livre e um dos profissionais responsáveis pela área audiovisual do veículo. Em um segundo momento, os estudantes puderam colocar os aprendizados em prática com a escrita de um roteiro e com a produção e gravação de um vídeo curto voltado para as mídias sociais, as pautas foram escolhidas pelos próprios estudantes. 

A atividade foi finalizada com a apresentação dos vídeos editados que abordaram temas como a escola indígena da comunidade, a medicina tradicional do povo Kambeba durante a pandemia, a importância do trabalho do núcleo da FAS, entre outros assuntos que retratam a vida e a percepção dos estudantes sobre os moradores de comunidades ribeirinhas e indígenas do interior da Amazônia.  

Mostrar a floresta para o mundo 

Para a estudante de 14 anos Vitória da Silva Oliveira, também da RDS do Juma, as atividades do programa a desafiaram a encarar sua timidez na produção de conteúdo, algo que ela considera positivo.  

Segundo a jovem, isso significa o futuro. “A gente consegue nossos objetivos nos comunicando melhor. Muitas pessoas não sabem o que é a Amazônia, às vezes só sabem que é uma floresta e que gera oxigênio, mas as pessoas que moram aqui conhecem como ninguém como é a vida ribeirinha e o que nós passamos no dia a dia. Com o Repórteres da Floresta, a gente consegue dar voz às pessoas daqui”, diz.  

Na visão de Vitória, que sonha em ser engenheira ambiental para ajudar na manutenção da floresta em pé, está claro o entendimento de que a pressão por melhores políticas públicas para os povos da floresta perpassa pela comunicação. “Conseguimos nos destacar, assim”, finaliza.  

“A nossa ideia é empoderar essas pessoas para que elas digam o que elas querem para elas, para o futuro e para a Amazônia. Por isso a importância dessas capacitações”, afirma Rafael Sales, supervisor de núcleos do Programa de Educação e Sustentabilidade (PES) da FAS. 

Sobre a FAS 

Fundada em 2008 e com sede em Manaus/AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia. 

 

Créditos da imagem: Júlia de Freitas