Jovens indígenas realizam última seletiva para o Campeonato Brasileiro de Arco e Flecha
26/09/2014
Ocorrerá nos dias 27 e 28 de setembro, na comunidade Três Unidos, APA do Rio Negro, a 8ª Etapa do Campeonato Amazonense Outdoor de Arco e Flecha. Essa é a Ultima seletiva antes dos jovens indígenas disputarem o 7° Campeonato Brasileiro Infantil, Cadete, Juvenil de Tiro com Arco Outdoor 2014, que será realizado em Maricá, Rio de Janeiro, entre os dias 09 a 12 de outubro de 2014.
O 7° Campeonato Brasileiro será realizado no Centro de Treinamento de Maricá, localizado na Avenida João Clímaco de Figueiredo, n° 340, Itapeba. Na programação, os dias 10 e 11 serão de eliminatórias. As modalidades serão arco recurvo e composto em conformidades com as regras da World Archery e da Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTARCO).
Sete dos oito jovens do projeto Arqueria Indígena do Amazonas, entre 14 e 18 anos, estarão na disputa das três primeiras colocações. O projeto é uma iniciativa de longo prazo para a formação de atletas de alto rendimento que contribuirão no fortalecimento da equipe brasileira de Tiro com Arco para competições locais, nacionais e mundiais, que vai além da Olimpíada Rio-2016, e que pretende colaborar para valorização da cultura indígena na sociedade brasileira.
O Arqueria Indígena é uma iniciativa da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e conta com a parceria do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer do Amazonas (Sejel), Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Confederação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Coipam), Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e a Fundação Nacional do Índio (Funai).
“Queremos contribuir para a valorização do etnoconhecimento e da autoestima dos povos indígenas da Amazônia. A Olimpíada de 2016 é uma grande oportunidade. O arco e flecha é a modalidade esportiva que se relaciona de forma mais clara e óbvia com a história do Brasil. Temos uma dívida histórica a ser resgatada, por isso a escolha desse esporte”, explica o idealizador e formulador do projeto, Virgílio Viana, superintendente geral da FAS.
O projeto é amparado pela Lei de Incentivo ao Esporte (Lei nº 11.438/06), na portaria que estabelece 100% de benefícios fiscais para pessoas físicas ou jurídicas ao estimularem o desenvolvimento do esporte nacional, por meio da doação para projetos desportivos e para-desportivos. “A expectativa com o projeto é unir empresas comprometidas com o esporte, governos e organizações da sociedade civil”, explica o coordenador de Marketing da FAS, André Ballesteros.
Para Diretor Financeiro da Bemole Fogás, Denis Minev, o Brasil tem poucos casos de sucesso desportivo, especialmente considerandoa grandeza territorial e populacional do Amazonas. “O Nosso estado tem o potencial de demonstrar, por meio da Arqueria Indígena, que com foco e investimento de longo prazo, podemos ser competitivos mundialmente em qualquer modalidade desportiva, empresarial ou cultural”, explica Denis. A Bemol e Fogás são empresas locais que patrocinam a iniciativa.
Desde a primeira seleção, todos os jovens foram instruídos, avaliados e treinados pelo técnico da Federação Amazonense de Tiro com Arco, Roberval Fernando dos Santos, nos quesitos de postura, coordenação, força, alinhamento, ancoragem, largada, e follow-through. “O esporte Tiro com Arco é bem diferente do que eles estão acostumados a praticar, mesmo assim, já na primeira seletiva, percebi diversos talentos”, comenta o técnico que foi 4° lugar no campeonato mundial de Tiro com Arco, realizado na Turquia, em setembro de 2013.
“O projeto tem na Olimpíada de 2016 um grande estímulo, mas queremos continuar descobrindo outros talentos e incentivar a popularização do Tiro com Arco nas aldeias, que é também um instrumento de mudança e disciplina para esses jovens. Os participantes do projeto estão transformados como pessoas, muito melhores nos estudos, e seus pais elogiam a mudança do comportamento deles em suas casas”, comenta Márcia Lot, coordenadora do Projeto Arqueria Indígena.
A parceria da Sejel demonstra este arranjo multi-institucional e foi fundamental para a evolução do projeto e a possibilidade de treinamento de alto rendimento.
Com essas ações, os parceiros envolvidos pretendem colaborar com o desenvolvimento de centenas de jovens indígenas de diversas comunidades e etnias do Amazonas.