No Senado, superintendente-geral da FAS pede mudança de paradigmas em relação à Amazônia
12/06/2017
O superintendente-geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgilio Viana, participou nesta segunda de sessão solene em homenagem aos 25 anos da Rio-92, no Senado Federal. Em seu discurso, Virgilio enfatizou a importância dos poderes legislativos e executivos entrarem em compasso com a opinião pública em relação a conservação das florestas da Amazônia.
“Há um descompasso entre a vontade do congresso e do povo. Vejo o debate das MPs hoje [756 e 758, que dispõe sobre a redução de Unidades de Conservação (UCs) na Amazônia], que o congresso brasileiro não representa a vontade do povo na conservação das florestas”, defendeu o superintendente.
Para Virgilio, é preciso que o Brasil mude vários paradigmas, e que as pessoas assumam a Amazônia como relevante para a segurança hídrica do país. E isso passa pela mudança na forma com os offsets – compensações de carbono – são vistas pelo governo.
“O Brasil defende uma posição anacrônica sobre offsets, apenas para projetos de aterros sanitários e de MDL (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo da ONU), e não para florestas. É preciso colocar esse assunto em uma nova agenda, contemporânea, em que as florestas tenham mais valor nas compensações”, defende.
Virgilio também defendeu um acordo bilateral com o Peru, para estimular a proteção da nascente do Rio do Amazonas.
“Temos que nos irmanar ao Peru, porque a nascente do Rio Amazonas ainda não é uma área protegida. É preciso partir de um movimento binacional entre o Brasil e o Peru, porque hoje, o rio mais simbólico do mundo, não tem a devida proteção que merece”, defendeu.
Na celebração do aniversário da Eco-92 no Senado, estiveram presentes os senadores Jorge Viana (PT-AC) e Cristóvam Buarque (PPS), Marcos Azambuja, então presidente da ECO-92, o ex-presidente Fernando Collor de Melo e Alfredo Sirkis, do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.