Comunidade ribeirinha do Tumbira recebe Orquestra de Violões do Amazonas
16/05/2019
Espetáculo que fez parte da programação paralela do 22° Festival Amazonas de Ópera emocionou público local e turistas.
Morador da comunidade do Tumbira, situada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, o aposentado Raimundo Antério Alves, de 72 anos, assistiu pela primeira vez à apresentação de uma orquestra nesta quinta-feira (16). Ao lado de outros comunitários e também de turistas, ele conferiu o concerto da Orquestra de Violões do Amazonas (Ovam), que a Secretaria de Estado de Cultura (SEC), em parceria com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), levou para a localidade, a cerca de 90 minutos de lancha de Manaus.
O espetáculo foi uma ação paralela do 22º Festival Amazonas de Ópera (FAO), realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da SEC, com patrocínio master do Bradesco, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cidadania e Secretaria Especial de Cultura. O evento, que começou no dia 26 de abril, segue com apresentações de ópera, recitais e concertos até 30 de maio.
“Eu achei maravilhoso. Nasci e cresci no Tumbira e nunca tinha visto assim de perto alguém tocando esses instrumentos, foi a coisa mais linda”, disse Antério.
Além dele, a pequena Vitória Maria, de 9 anos, também teve o primeiro contato com uma orquestra no evento. “Queria muito aprender para tocar violão na minha igreja. Lá ninguém toca, eu seria a primeira”, revelou.
O desejo da menina é compartilhado por muitos outros estudantes da comunidade, segundo a professora Izolena Garrido, 45. “Os alunos do Tumbira têm aulas de artes e manifestam muito interesse, sobretudo por violão e teclado. Essa apresentação reforça neles o sonho de chegar a tocar esses instrumentos”, avaliou.
O encantamento pela música de alta qualidade, em meio à natureza, emocionou não só os comunitários, mas turistas que estavam conhecendo a região, como a psicoterapeuta paranaense Cristine Keller, 53, que veio ao Amazonas pela primeira vez. “Conhecer a região está sendo uma experiência incrível, e ter a oportunidade de assistir a uma apresentação como essa é um verdadeiro presente. Não conhecia ainda orquestra de violões, e foi sensacional”, elogiou.
Mas o concerto em cenário diferenciado não empolgou apenas a plateia, como destacou a solista da Ovam, Jessyca Paiva, que interpretou canções como “Trevo”, “Canoeiro” e “Flor de Tucumã”. “Com certeza Tumbira já está entre as minhas apresentações mais especiais. O carinho do público, a emoção, foi tudo muito diferente”, afirmou.
Ressaltando a beleza natural do cenário, o maestro Davi Nunes, regente da Ovam, revelou que o repertório do concerto foi pensado especialmente para a ocasião. “Escolhemos músicas bem populares, mesclando canções nacionais e internacionais famosas com a nossa identidade. A reação do público nos emocionou. Como orquestra amazonense, tocar em comunidades como Tumbira tem um significado único para nós”.
A secretária executiva da SEC, Sigrid Cetraro, reforçou que a descentralização das atividades está entre as diretrizes da atual gestão. “Queremos levar cultura para todo o Estado. Chegamos pela primeira vez em Tumbira e vamos ainda mais distante”, ressaltou, lembrando que os municípios de Santa Isabel do Rio Negro e Benjamin Constant recebem, nesta sexta (17) e sábado (18), respectivamente, o espetáculo “O Menino e os Sortilégios”, do projeto “Ópera Mirim”, ainda dentro da programação do 22° FAO.
Para o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, atividades culturais despertam nos jovens de comunidades ribeirinhas o interesse pela arte. “Isso pode acabar desenvolvendo uma atividade que sirva pra reforçar a geração de renda e emprego, em especial aquelas voltadas para o turismo, especialmente em localidades como Tumbira, com grande vocação turística”, pontuou.
Sobre o 22º FAO
Em 2019, o FAO celebra o centenário de nascimento de Claudio Santoro com a apresentação da ópera “Alma”, do compositor e maestro amazonense. Também estão na programação “Ernani”, de Giuseppe Verdi; “Maria Stuarda”, de Gaetano Donizetti; “Tosca”, de Giacomo Puccini; e “Mater Dolorosa”, baseada na cantata “Stabat Mater Dolorosa”, de Giovanni Pergolesi.
Os ingressos para o FAO 2019 estão à venda na bilheteria do Teatro Amazonas e pelo site Bilheteria Digital (www.bilheteriadigital.com/teatroamazonas), com valores que vão de R$ 2,50 a R$ 60.
A programação do festival abrange ainda o Recital Bradesco, com canções compostas por Claudio Santoro; o projeto “Ópera Mirim”; o encontro “Os Teatros de Ópera e a Economia Criativa na América Latina”, voltado para apresentar dados e casos de sucesso sobre a Indústria da Ópera na América Latina; o concerto do Dia das Mães; e Mulheres da Ópera.
Bradesco Cultura
Com centenas de projetos patrocinados anualmente, o Bradesco acredita que a cultura é um agente transformador da sociedade. O Banco apoia iniciativas que contribuem para a sustentabilidade de manifestações culturais que acontecem de norte a sul do País, reforçando o seu compromisso com a democratização da arte.
São eventos regionais, feiras, exposições, centros culturais, orquestras, musicais e muitos outros, além do Teatro Bradesco em São Paulo. Fazem parte do calendário 2019 atrações como o musical “O Fantasma da Ópera” e o Natal do Bradesco, em Curitiba.
FOTOS: Michael Dantas/SEC
Mais informações: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Cultura (SEC): Caetaninha Cavalcanti (98834-8152).