Projeto de reaproveitamento de resíduos da indústria da pesca vence Prêmio SDSN Amazônia ganhando R$ 15 mil - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
DOE PARA FAS

Projeto de reaproveitamento de resíduos da indústria da pesca vence Prêmio SDSN Amazônia ganhando R$ 15 mil

Projeto de reaproveitamento de resíduos da indústria da pesca vence Prêmio SDSN Amazônia ganhando R$ 15 mil
outubro 28, 2021 FAS

Projeto de reaproveitamento de resíduos da indústria da pesca vence Prêmio SDSN Amazônia ganhando R$ 15 mil

28/10/2021
Homens realizando o manejo de pirarucu.

O projeto brasileiro “Sustentabilidade da cadeia produtiva do peixe com o uso de resíduos para a produção de suplementos funcionais” foi o vencedor da 4ª edição do Prêmio da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia), recebendo a premiação de R$ 15 mil para incentivar ainda mais a iniciativa.

O anúncio do ganhador foi realizado, nesta semana, na cerimônia de premiação, com transmissão através do canal da SDSN Amazônia no YouTube e a participação do presidente da SDSN Amazônia, Virgilio Viana, da Coordenadora da SDSN Amazônia, Carolina Ramirez, do Presidente do Comitê Científico da SDSN Amazônia, Adalberto Luis Val, e dos representantes das organizações financiadoras do prêmio, a Sócia-fundadora do Instituto Amigos da Amazônia (iAMA), Giselle Lins, e a representante da Green Economy Coalition (GEC), Marysol Goes. A SDSN Amazônia é secretariada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS).

No total foram submetidas 12 soluções do Brasil, Venezuela, Peru, Itália e Equador abordando a temática “Soluções para uma nova bioeconomia Amazônica”. O intercâmbio de informações entre os povos da Amazônia foi destacado pelo presidente da SDSN Amazônia, Virgilio Viana, que também é superintendente geral da FAS.

“É muito importante trocarmos experiências entre os países da Amazônia e esse prêmio faz parte dessa estratégia, onde trazemos as pessoas que têm soluções inovadoras para apresentarem suas experiências e que compartilhem com outras populações que enfrentam desafios semelhantes. Já temos um histórico de projetos premiados pelo Prêmio SDSN Amazônia, 2021 é um novo capítulo dessa iniciativa e esperamos, a cada ano, trabalharmos com temas específicos em busca de mais soluções e bons frutos”, ressalta.

“Tivemos um conjunto significativo de propostas, que foram submetidas a um processo de avaliação pelo nosso comitê científico levando em conta critérios como a relevância para a área, caráter inovador e sustentabilidade, viabilidade financeira, escalabilidade, impacto atual ou potencial da proposta e o alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Recebemos propostas de diversos países e de vários aspectos dentro do que pensamos para o prêmio, o que é muito positivo”, explica o Presidente do Comitê Científico da SDSN Amazônia, Adalberto Luis Val.

A sócia-fundadora do Instituto Amigos da Amazônia (iAMA), um dos financiadores da 4ª edição do prêmio, Giselle Lins, participou do evento virtual e destacou a importância para a instituição em fazer parte da premiação. “O objetivo do iAMA é dar velocidade à roda e não reinventá-la. Acreditamos que ao somar com outras instituições que já trabalham há anos pela Amazônia, através de ações, como financiamentos a prêmios como o da SDSN, esse que traz soluções inovadoras, é como podemos unir forças e ver os bons frutos futuramente”, afirma Giselle.

Na cerimônia, também foram premiados o segundo e terceiro colocados no prêmio recebendo, respectivamente, R$ 10 mil e R$ 5 mil reais. O projeto peruano “Integra Cacao – Aproveitamento integral do cacau”, do Amazônica para a Amazônia (AMPA), ficou na segunda colocação. O terceiro colocado foi a iniciativa “Alimentação sustentável: produção de cogumelos silvestres da Amazônia nas comunidades amazônicas Kichwa no Equador”,  sob coordenação da Universidad Regional Amazónica Ikiam.

Primeiro colocado – Sustentabilidade da cadeia produtiva do peixe com o uso de resíduos para a produção de suplementos funcionais

O projeto vencedor do Prêmio SDSN Amazônia 2021 é realizado pela Coordenação da Sociedade Ambiente e Saúde do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (INPA). Tem o objetivo de incentivar o reaproveitamento de resíduos da indústria pesqueira para a produção de gelatinas e farinhas, que podem ser usados em suplementos dietéticos, cosméticos e como fontes de compostos bioativos/funcionais e naturais na indústria de alimentos, agregando valor à indústria pesqueira. Também minimiza o impacto causado pela alta quantia de resíduos gerados, que representam problemas de armazenagem, transformação e eliminação nos campos ecológico e econômico.

“O momento do anúncio (do vencedor) foi emocionante para mim, porque é uma honra participar de um prêmio com tamanha visibilidade e sair vencedora. São mais de 10 anos de trabalho em parceria com o pesquisador Jaime Paiva Lopes Aguiar, que mostra que podemos alcançar ainda mais possibilidades”, afirma a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e responsável pelo projeto, Francisca das Chagas do Amaral Souza.

A pesquisadora garante ainda que a iniciativa premiada tem viabilidade para ser desenvolvida em comunidades da Amazônia. “Queremos propagar a ideia de que não é difícil reaproveitar os resíduos. É uma tecnologia simples que pode ser repassada e gerar impactos positivos para a melhoria da qualidade de vida e sustentabilidade nos locais de atuação”, explica.

Segundo colocado – Integra Cacao – Aproveitamento integral do cacau

O projeto peruano “Integra Cacao – Aproveitamento integral do cacau”, do Amazônica para a Amazônia (AMPA), foi o segundo colocado. A iniciativa alia a conservação da floresta a um modelo de negócios sustentável que aumenta a geração de renda para a população através do aproveitamento total do Cacau, que pode render farinha, pães, bebidas e muito mais. Com o projeto é esperado solucionar o desafio da sustentabilidade financeira nas comunidades, diminuindo o desperdício e incentivando a conservação da floresta. Além disso, pode fortalecer as comunidades através de capacitação aos moradores para que tenham autonomia na condução dos negócios, para fiscalizarem e realizarem a comercialização dos produtos.

Terceiro colocado – Alimentação sustentável: produção de cogumelos silvestres da Amazônia nas comunidades amazônicas Kichwa no Equador

A iniciativa “Alimentação sustentável: produção de cogumelos silvestres da Amazônia nas comunidades amazônicas Kichwa no Equador”, realizada pela Universidad Regional Amazónica Ikiam, ficou em terceiro lugar. O projeto prevê a produção de cogumelos selvagens como opção para alimentação, pois são produtos ricos em nutrientes, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população local ao agregar conhecimentos tradicionais e gerar renda com a comercialização.

Com objetivo de integrar a comunidade, a iniciativa quer capacitar os comunitários para desenvolverem as técnicas de reprodução de cogumelos, para que possam liderar o desenvolvimento em suas comunidades através do conhecimento das espécies e termos técnicos. A iniciativa considera que, com o trabalho, pode ajudar a fortalecer a subsistência das pessoas, gerando uma fonte confiável de renda, além de ser uma atividade viável a produtores rurais, indígenas, mulheres, idosos e jovens.

Todas as soluções aprovadas pelo Comitê Técnico-Científico estarão disponíveis em português, espanhol e inglês na Plataforma de Soluções Sustentáveis da SDSN Amazônia (http://maps.sdsn-amazonia.org/).

Sobre a SDSN Amazônia

A SDSN Amazônia é uma rede que visa integrar os países da Bacia Amazônica, mobilizando universidades, organizações não governamentais, centros de pesquisa, organizações multilaterais e sociedade civil para promover a resolução prática de problemas para o desenvolvimento sustentável da região. A iniciativa faz parte da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável da ONU (SDSN Global) e tem a secretaria executiva realizada pela FAS.

Sobre o Hub de Bioeconomia Amazônica

O Hub de Bioeconomia Amazônica é uma iniciativa criada a partir da parceria da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) com a Coalizão de Economia Verde (Green Economy Coalition – GEC em inglês), buscando acelerar a transição para uma economia verde e inclusiva na Amazônia. O hub reúne mais de 53 organizações (sociedade civil, empresas, trabalhadores, governos, agências internacionais da ONU e acadêmicos) conectadas a outros sete hubs em todo o mundo.