Rodada de Negócios promovida pela FAS termina com êxitos para a RDS Rio Negro - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
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Rodada de Negócios promovida pela FAS termina com êxitos para a RDS Rio Negro

Rodada de Negócios promovida pela FAS termina com êxitos para a RDS Rio Negro
fevereiro 21, 2013 FAS

Rodada de Negócios promovida pela FAS termina com êxitos para a RDS Rio Negro

21/02/2013

Promovida pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), a Rodada de Negociações de madeira licenciada da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro celebrou êxitos importantes, que devem fortalecer a prática de manejo na reserva. Nesta quarta-feira (20), além de concretizarem a venda de expressivo nUmero de matéria-prima, compradores e vendedores debateram com importantes instituições os principais gargalos para o desenvolvimento da atividade na região. O evento fez parte do projeto Manejar para Conservar, financiado pelo Instituto Camargo Correa (ICC) e Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

Foram negociados mais de 800m³ de madeira com os polos moveleiros de Novo Airão e Manacapuru, além de encaminhada a negociação de quantidade semelhante, com fornecedores cuja matéria-prima é totalmente licenciada, como a IndUstria de Pisos da Amazônia (IPA). Para viabilizar uma redução de custos operacionais e definição de contrapartidas nesse processo, os detentores disponibilizaram uma agenda de visitações dos novos compradores à reserva. A expectativa é concluir todas as negociações restantes até meados de março, quando os dados finais serão divulgados.

O superintendente geral da FAS, Virgílio Viana, acompanhou os trabalhos, e destacou a importância do trabalho iniciado na RDS Rio Negro.

“Ã? uma iniciativa muito importante por que dá aos detentores ferramentas muito uteis para que eles definam o preço das suas madeiras, pranchas, de tudo que é produzido. Estão com mais de três mil metros cUbicos de madeira licenciadas, que vão render algo em torno de um milhão de reais. O Rio Negro se transforma em um laboratório extremamente importante para que tenhamos uma experiência muito promissora”, destaca o superintendente.

Participaram da rodada de negociações ainda representantes do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), o Instituto do Desenvolvimento Agroflorestal do Amazonas (IDAM), o Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC) e do Serviço Brasileiro de Apoio ao Empreendedorismo (Sebrae-AM).

Participação comunitária

Proprietária de uma movelaria no município de Manacapuru-AM (84 km de Manaus), a empresária Olinda Nunes Rodrigues veio a Manaus comprar madeira. A firma hoje produz carteiras escolares e, para ela, essa nova oportunidade de comprar matéria-prima da própria RDS facilita os ganhos. “Ã? sempre importante que compremos de madeira manejada. Trabalhamos hoje com fornecedores legalizados de lugares distantes, como Coari, por exemplo. Com a venda na própria RDS, as coisas ficam mais fáceis”, revela.

Segundo ela, a Rodada de Negócios foi o primeiro passo para melhorias no manejo de madeira no Rio Negro. Ela explica que uma melhor articulação com o Governo pode fazer a atividade ficar mais rentável, tanto para os manejadores, para empresas como a dela, e para o consumidor final.

“Iniciativas como essa dão impulso pra uma prática que sempre viveu na dificuldade. Aqui, nessa rodada promovida pela FAS, não temos a figura do atravessador, o que já representa um ganho financeiro grande. Ã? preciso que, seguindo essa linha, o Governo facilite a prática do manejo, tornando nossa madeira mais competitiva e mais atraente para o mercado legal”, destaca.

Trabalhando com o filho em uma pequena serraria, o comunitário Carlos Alves da Costa participou das discussões. “O que foi colocado aqui são anseios que despertaram pouco interesse de outras instituições”, comentou.

A rodada é um primeiro passo, e para Carlos, a RDS Rio Negro aos poucos vai atravessando uma mudança em relação essa prática.

“Sabemos que hoje o manejo pode andar mais rápido. Comecei a trabalhar com o manejo há dois anos. Essa atividade mostra que é rentável, e o principal ganho de uma rodada como essa é que não tem burocracia. Ganha a serraria e o cliente, que tem tudo legalizado”, afirma.

Manejar para Conservar

Para promover o comércio legal e sustentável dessa quantidade, o Projeto Manejar para Conservar vem trabalhando em diferentes etapas. Na primeira fase de atividades, a FAS esteve dentro de oito comunidades e ouviu as opiniões dos moradores com interesse no manejo. As experiências e os anseios comunitários foram direcionadores de todas as etapas do projeto, que desde 2012 conta com o apoio do ICC/BNDES.

Com o apoio da FAS, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM) realizaram inventários florestais e os planos de manejo foram protocolados junto ao IPAAM.  Adicionalmente, uma série de cursos e treinamentos foi ministrada nas comunidades, e a iniciativa ainda intermediou os trâmites para obtenção de licenciamento ambiental junto ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM).

A expectativa do projeto é garantir que a extração de madeira seja um instrumento legal para a geração de renda com a valorização da floresta em pé, conforme comenta Michelle Costa, coordenadora de Projetos Especiais.

“O Projeto Manejar para Conservar é uma oportunidade estratégica viabilizada pelo Instituto Camargo Correa/BNDES, executado em parceria com a Associação das Comunidades Sustentáveis da RDS do Rio Negro (ACSRN). Ã? totalmente alinhado aos princípios do Programa Bolsa Floresta (PBF), sendo destinado aos pequenos manejadores de madeira da RDS do Rio Negro. Em linhas gerais, tem como objetivo o empoderamento e o incentivo ao empreendedorismo comunitário”, destaca.

Geração de renda

O Projeto Manejar para Conservar é um dos projetos complementares do Programa Bolsa Floresta (PBF), que beneficia quase 2 mil pessoas na RDS Rio Negro. O programa se divide em quatro componentes: Familiar, Social, Renda e Associação, que atendem 15 Unidades de Conservação (UCs) em todo Estado. Por meio desse programa, a FAS beneficia cerca de 35 mil pessoas, como um dos mais bem sucedidos programas de pagamento por serviços ambientais do mundo.