Tecnologia social impulsiona manejo sustentável do pirarucu na RDS Mamirauá - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
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Tecnologia social impulsiona manejo sustentável do pirarucu na RDS Mamirauá

Tecnologia social impulsiona manejo sustentável do pirarucu na RDS Mamirauá
abril 9, 2025 FAS

Tecnologia social impulsiona manejo sustentável do pirarucu na RDS Mamirauá

Conhecimentos obtidos serão aplicados na construção de um flutuante de pré-beneficiamento na comunidade Santa Luzia do Jussara, no Amazonas

09/04/2025

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com o Instituto Mamirauá, realizou em março de 2025 o Workshop de Compartilhamento de Tecnologia Social, impactando 81 manejadores de três comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, no interior do Amazonas.

Durante o evento, os participantes compartilharam lições aprendidas sobre temas essenciais para a construção e gestão de unidades flutuantes voltadas ao beneficiamento do pirarucu na região. Foram abordados assuntos como concepção de projetos, documentação e licenciamentos, aquisição de materiais, contratação de empresas, governança, manutenção da estrutura, entre outros.

O workshop integra o projeto “Sistema de rastreabilidade: inovação e inteligência de mercado na cadeia produtiva do pirarucu da RDS Mamirauá”, uma iniciativa da FAS, com recursos da empresa Positivo Tecnologia, por meio do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio). A iniciativa integra uma política pública da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), coordenada pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam).

Wildney Mourão, gerente do Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da Amazônia da FAS, destaca os benefícios da infraestrutura de pré-beneficiamento para os manejadores:

“O maior ganho de ter essa infraestrutura é a melhoria da qualidade do pescado, pois com o flutuante de pré-beneficiamento reforçamos as boas práticas sanitárias ao longo de todo o processo de evisceração do peixe, garantindo condições ainda mais adequadas. Consequentemente, agregamos mais valor ao produto durante a venda aos consumidores. Além disso, também melhoramos as condições de trabalho para os manejadores, considerando o trabalho ergonômico e com a preocupação da sustentabilidade, pois a infraestrutura tem tratamento de esgoto”, explica.

A parceria entre a FAS e o Instituto Mamirauá teve início em dezembro de 2024, com a formalização de um Termo de Compartilhamento de Transferência de Conhecimento Técnico e Tecnológico para Inovação Aberta. O Instituto Mamirauá, que realiza pesquisas na região há 30 anos, desenvolveu a tecnologia social “Unidade flutuante de pré-beneficiamento” para o manejo sustentável do pescado em colaboração com as comunidades manejadoras de pirarucu. A instituição já promoveu a construção de três flutuantes que contribuem para fortalecer a cadeia de manejo local.

Ana Izel, analista de projetos da FAS, ressalta a importância da união entre as instituições para o desenvolvimento da Amazônia:

“Estamos unindo de um lado empreendedorismo e inovação, e do outro conhecimento aplicado obtido através de décadas de pesquisas. Esses dois pontos convergem e geram não só o encurtamento da curva de aprendizado e aceleração na implementação de soluções de impacto frente aos desafios da Amazônia, mas também replicabilidade e escala. Assim, a parceria se caracteriza como um marco na região no âmbito do compartilhamento da tecnologia social e inovação aberta para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico da cadeia do manejo do pirarucu.”

Os conhecimentos adquiridos no workshop serão aplicados na construção de um novo flutuante de pré-beneficiamento de pirarucu na comunidade Santa Luzia do Jussara, cuja obra teve início no fim de março. As comunidades São Francisco da Mangueira e Catite também serão beneficiadas com a nova estrutura.

Maria Cecília Gomes, analista do Instituto Mamirauá, ressalta que o evento proporcionou uma troca de experiências valiosa:

“Nós trouxemos um pouco da nossa experiência ao longo dos anos na construção de flutuantes de pré-beneficiamento de pirarucu, que vai desde a concepção de projeto, detalhes técnicos, diálogo com a comunidade e busca de licenças até o pós-projeto, quando a estrutura já está finalizada: ‘que tipos de treinamento devemos fazer com os comunitários?’, ‘que tipo de manutenção tem que ser dada?’. Tudo isso nós compartilhamos aqui [durante o workshop], e o objetivo é trabalharmos juntos nas melhorias que possam ser feitas nos flutuantes que vão ser construídos no futuro”, esclarece.

 

Sobre a FAS

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 17 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.

Sobre o PPBio

O Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) foi criado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) em 2019, é coordenado pelo Idesam e tem como objetivo principal direcionar recursos provenientes dos investimentos obrigatórios em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), previstos pela Lei de Informática, para fomentar a criação de novos produtos, serviços e negócios voltados à bioeconomia na Amazônia. Além de impulsionar soluções voltadas ao desenvolvimento sustentável da região, o PPBio também busca conectar o potencial da Amazônia a soluções inovadoras e sustentáveis.

 

Créditos de imagem: Bruna Martins