Vazamento matou proposta dinamarquesa, diz Virgílio Viana
09/12/2009
09/12 – 14:22 – Carolina Ribeiro Pietoso, de Copenhague
COPENHAGUE – O vazamento da proposta de acordo dinamarquesa não deve prejudicar as negociações por investimentos de fundos governamentais ou de mercado em projetos de combate ao desmatamento no Brasil, disse Virgílio Viana, diretor-geral da Fundação Amazonas Sustentável, ao Último Segundo nesta quarta-feira.
Segundo Viana, o “vazamento, na verdade, matou o texto. Com isso,haverá mais pressão, e as propostas que antes eram feitas por viasalternativas agora serão consideradas pelas vias convencionais”.Viana é um dos principais especialistas brasileiros em florestamento,meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Ele afirmou que a melhormaneira de combater o desmatamento é “aumentar o valor da floresta que está de pé” e, portanto, “garantir os investimentos em projetos como o REDD deve ser priorizado no acordo final” da COP15.Em entrevista ao Último Segundo, o embaixador extraordinário paramudanças climáticas do Itamaraty, Sérgio Serra, afirmou nestaquarta-feira que o controle do desmatamento da Amazônia e do cerrado brasileiro corresponde a 20% dos cortes de emissões propostos pelo Brasil para a Conferência de Copenhague.De acordo com o Fundo Amazônia, tema de painel realizado peladelegação brasileira na COP15, a floresta amazônica tem uma extensãoaproximada de 5,5 milhões de km², sendo cerca de 60% em territóriobrasileiro. Ela abriga 33% das florestas tropicais do mundo e cerca de30% das espécies conhecidas da flora e da fauna.