Reportagem Turismo Sustentável na Amazônia - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
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Reportagem Turismo Sustentável na Amazônia

Iniciativas de turismo sustentável (ecoturismo e pesca esportiva) na Amazônia que contam com apoio da FAS tiveram faturamento total de R$ 15 milhões em 6 anos (2017-2022)

Gigantesca, em tamanho e importância para o planeta, a Amazônia é um destino mais incríveis que a maioria da humanidade não conhece para realizar turismo sustentável. Visitar a maior floresta tropical do mundo requer uma boa dose de pesquisa, planejamento e, sobretudo, sensibilidade em fazer escolhas turísticas que não sejam prejudiciais ao ambiente e priorizem experiências genuínas com as culturas locais.  

Mulher fazendo trilha na floresta.
Foto: Samara Souza

Progressivamente, viajantes estão tomando consciência e optando pelo turismo sustentável e de base comunitária. A região amazônica, por sua vez, há anos se prepara para a demanda nacional e estrangeira e já colhe os ganhos econômicos e ambientais dessa estratégia. Com o apoio da FAS iniciativas de turismo sustentável tiveram faturamento superior a R$ 15 milhões. Os dados são do período de 2017 a 2022 e correspondem ao trabalho de 24 pequenas empresas turísticas gerenciadas por famílias e associações em comunidades que recebem fomento, capacitação e assessoria técnica da FAS. 

Foto da pousada Bela Vista Rio Negro, no interior do Amazonas.
Foto: Alex Pazuello

A fundação acompanha os empreendedores comunitários desde a concepção inicial e a construção do modelo de gestão e os conecta a linhas de crédito para financiamento das atividades e a parceiros que podem ajudar as empresas a se desenvolverem e encontrarem o seu público. O gerente do Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis na Amazônia (PENSA) da FAS, Wildney Mourão, explica que: 

(A instituição) desenvolveu um programa de capacitação empreendedora, gestão de negócios, elaboração de produtos turísticos, ações de crédito e acesso ao mercado. Atuamos também no desenvolvimento também da parte que envolve marketing, comercialização, articulação com agências e operadoras de turismo. Nosso objetivo é fazer com que os empreendedores possam cada vez mais amadurecer a atividade turística e ter serviços mais inovadores com agregação de valor”, explica. 

FAS incentiva a prática do turismo ecológico na Amazônia

Com rendimentos sólidos e procura crescente, o turismo sustentável fortalece os territórios e apresenta alternativas a práticas nocivas à natureza, como a extração ilegal de madeira e a pesca predatória de larga escala. No lugar dela, atividades como o artesanato e a pesca esportiva associada ao turismo geram renda que fica na comunidade e ajuda na conservação de espécies de peixes da região. 

Empreendedor ribeirinho.
Foto: Rodolfo Pongelupe

“Nós somos pioneiros na implantação da pesca esportiva 100% pesque e solte. Anos atrás, quando começamos, não existiam pousadas nessa região e a gente veio com essa proposta para comunidade para começar essa parceria e desenvolver o turismo consciente, saudável, que pudesse preservar o nosso tucunaré”.

João Paulo da Silva, empreendedor da Pousada Eco Fishing, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uatumã, empreendimento assessorado pela FAS 

“Um pescador paga em média de R$ 4 a R$ 5 mil para experimentar uma semana na RDS do Uatumã, por exemplo. É uma atividade que deixa boa rentabilidade com baixíssimo impacto ambiental, pois a pesca esportiva é para o lazer e recreação, e não para o consumo”, afirma Wildney Mourão. 

O turismo sustentável desenvolvido nas comunidades, rios e florestas do entorno não é lucrativo apenas para aqueles que trabalham diretamente no setor. Uma cadeia de atividades auxiliares, do transporte ao artesanato e alimentação, é movimentada, fortalecendo a economia local.  

“A mulher do meu tio que é aposentada não trabalha na pousada, mas ela vende goma pra cá pra pousada, vende galinha caipira, farinha. Quando ela tem macaxeira, ela vende também”, conta Oziana Mendonça, moradora e empreendedora de turismo na comunidade Santa Helena, às margens do Rio Negro, no Amazonas. “Então ela também é beneficiada pela pousada. Ela não trabalha aqui com a gente, mas ela ganha”. 

Leia a cartilha “Turismo de Base Comunitária”, que reúne experiências e diretrizes para o desenvolvimento do turismo organizado por comunidades na Amazônia: