Quando em conservação do meio ambiente, nossos olhos se voltam para a crise climática na Amazônia.
Marcada pelo crescente desmatamento, hoje o bioma é um grande emissor de gases de efeito estufa, responsáveis pelo agravamento da crise climática. Neste mês, um estudo do Observatório do Clima revelou que Oito dos dez municípios brasileiros que mais emitem gases de efeito estufa estão localizados na Amazônia, à frente inclusive de Rio de Janeiro e São Paulo.
A Amazônia em pé é de extrema importância para as estratégias de mitigação dos efeitos da crise no Brasil e no mundo.
Esta foi a questão apresentada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) na primeira parte da IV edição da Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC), realizada entre os dias 10 e 11 de junho em Niterói, no Rio de Janeiro. Integraram o evento mais de dez organizações do terceiro setor ligadas a clima e meio ambiente e representantes de governos do país. A segunda parte da CBMC está prevista para acontecer entre os dias 29 e 30 de julho em Recife.
Atuações na Conferência
Giovana Figueiredo, coordenadora de Políticas Públicas e Cooperação Internacional da FAS explica que a conferência tem se consolidado como uma plataforma multilateral de importante espaço para articulação da agenda climática. “O papel da fundação na CBMC é conectar os aspectos nacionais e internacionais à realidade local da Amazônia brasileira, trazendo a visão de povos indígenas e comunidades ribeirinhas para a construção de debates e soluções entre os setores público e privado e a sociedade civil”.
Giovana participou do painel de cobertura da Conferência, que teve como foco nesta edição a construção de propostas de enfrentamento à crise climática, sob a perspectiva do ano eleitoral.. “Um dos encaminhamentos para o encontro de Recife é a assinatura de uma carta com propostas a nível subnacional de medidas a serem implementadas por futuros governadores“, explica.
Durante o encontro de Niterói foram formados grupos de trabalho para colocar as propostas em prática. Entre elas está a implementação da NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) brasileira, que apresenta metas para a redução de emissões de gases do efeito estufa em compromisso com o Acordo de Paris. A FAS atua ativamente nesses grupos da conferência, especialmente com a contribuição de pessoas que trabalham na ponta com populações ribeirinhas e povos indígenas, populações que contribuem na proteção contra as queimadas e o desmatamento.
Além de agregar com a perspectiva amazônida para a CBMC, Giovana explica que o encontro trouxe lições importantes para a FAS. “Todas as discussões e modelos que foram elaborados pelos participantes da conferência são muito valiosos em termos de boas práticas para a realidade que a gente trabalha na Amazônia,” concluiu.
A CBMC e a Fundação Amazônia Sustentável
A Conferência Brasileira de Mudança do Clima é uma iniciativa coletiva e apartidária, nascida em 2019, para demonstrar o engajamento e o compromisso da sociedade brasileira com a agenda climática e suas implicações sociais. A CBMC é idealizada e coordenada pelo Instituto Ethos e conta com o apoio da FAS como co-realizadora desde a sua primeira edição. Além disso, a Conferência tem como parceiros um diverso grupo de instituições públicas e privadas.
Fundada em 2008 e com sede em Manaus-AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.
Por Equipe de Comunicação