“Festival JuventudeS” celebra identidade e talento de jovens ribeirinhos no Amazonas
13/12/2018
A juventude do Amazonas esteve em festa neste final de semana na comunidade do Tumbira, em Iranduba, a 27 quilômetros de Manaus, durante o Festival JuventudeS, evento que encerrou as atividades da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) em 2018 voltadas à Educação, Saúde e Cidadania no interior do Estado. Tudo aconteceu no sábado (8): Torneio de futebol, oficinas, rodas de conversa, apresentações de teatro e lançamento de livro ribeirinho estavam na programação.
Ao todo, cerca de 180 comunitários participaram do festival, entre crianças e adolescentes ribeirinhos e também pais e responsáveis, oriundos de comunidades de duas Unidades de conservação: Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro e Área de Proteção Ambiental (APA) Rio Negro. “Organizamos a programação para que todos os projetos que aconteceram esse ano estivessem ali representados. Eles apresentaram o produto das oficinas e reuniu alunos e os pais”, explicou Anderson Mattos, gerente do Programa Educação, Saúde e Cidadania (PES) da FAS.
Um dos destaques da programação foram as apresentações de duas peças de teatro produzidas e protagonizadas pelos jovens ribeirinhos, inspiradas na obra da escritora Vera do Val: “O Julgamento e Boiúna” e “A Batalha da Cachoeira do Cipó”, através do projeto Incenturita, dedicado a incentivo à leitura e escrita. “Cada um dos grupos de jovens apresentou uma peça, um conto desse livro da Vera. Foi incrível porque a comunidade toda compareceu. As peças foram muito divertidas e a gente se emocionou bastante com eles. Foi um trabalho de qualidade técnica”, ressaltou Anderson.
Entre as oficinas teve uma capacitação sobre o uso medicinal de plantas com Keila Serruya, uma oficina de fotografia e vídeo para celular com Marcelo Nobre, que deve resultar num trabalho audiovisual assinado pelos jovens, e uma oficina de muralismo e graffiti com a artista Deborah Erê, onde os estudantes puderam criar juntos uma pintura de sereia.
O cuidado e a atenção básica dedicadas a crianças ribeirinhas no Amazonas esteve presente numa roda de conversa com Franci Lima sobre o programa Primeira Infância Ribeirinha (PIR), voltado para ações de educação e saúde com os pequenos de idades de 0 a 6 anos de idade, e o espaço “Pequenos Curupiras”, dedicado à educação e à arte para crianças, liderado por Maiara Gonçalves, bióloga e Educadora Ambiental (FAS).
‘Todo Cuidado é Pouco’
Também houve mobilização da campanha “Todo Cuidado é Pouco”, uma ação desenvolvida pela FAS e pelo Instituto Liberta para combater a violência sexual de crianças e adolescentes. Os jovens distribuíram materiais informativos e colaram cartazes nos comércios e pousada da comunidade do Tumbira.“Houve uma roda de conversa sobre o assunto, com participação dos pais e dos adolescentes. Depois fizeram a divulgação local”, explicou Anderson.
Atlas ‘Fala, Beiradão’
Outro grande momento do Festival JuventudeS foi o lançamento do livro “Fala Beiradão”, um livro com palavras e expressões usadas em comunidades de 5 Unidades de Conservação do Amazonas. A ação também é parte do projeto Incenturita.
“Eles fizeram um levantamento dessas palavras, que são expressões muito faladas nessas comunidades. Fizeram as definições e ilustrações. E esse material foi todo organizado e gerou esse livro. E nós fizemos o lançamento ”, ressaltou Emerson Pontes, que organizou o livro e é Arte-Educador e coordenador do Projeto Incenturita (FAS).
Programa Educação e Saúde
O Festival JuventudeS contou com o patrocínio do Instituto Alair Martins (IAMAR), principal fomentador das ações do Projeto Incenturita (PES), além do apoio do Banco Bradesco, Fundo Amazônia, Hotéis Marriott, Samsung, Coca-Cola Brasil, Lojas Americanas e Instituto Liberta. Todos os participantes de projetos do PES – Incenturita, Intercâmbio de Saberes, Pequenos Curupiras, Primeira Infância Ribeirinha, Projeto Dicara e Repórteres da Floresta – estiveram presentes.
“A gente encerra os trabalhos desse ano muito feliz com os resultados, percebendo o desenvolvimento dos jovens, percebendo como eles têm muito a mostrar. A importância de todos esses projetos que a gente faz é para que a juventude possa se perceber, possa se identificar no espaço onde ela está, as potencialidades que esse espaço oferece, que ela possa buscar alternativas, e não ter como única alternativa para ter acesso ao conhecimento sair do lugar onde nasceu e vive. Mesmo ali eles podem ter acesso a cultura, arte, informação, educação”, finalizou Anderson.
Fotos: Bruno Kelly
Confira o vídeo: