Processo participativo e fortalecimento comunitário são avanços importantes do PBF, avaliam ribeirinhos
20/11/2013
Os seis anos de atividade do Programa Bolsa Floresta (PBF) tiveram avaliação positiva para moradores de Unidades de Conservação (UCs) do Estado. Em seminário promovido na tarde desta terça-feira, no Auditório SumaUma, na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ribeirinhos das 15 UCs beneficiadas pelo Programa destacaram a importância do processo participativo dos investimentos, que beneficiam mais de 37 mil famílias no Estado.
Participaram do seminário o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana, a secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Kamila Amaral, o coordenador do Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc), Luiz Antônio Witkoski, o coordenador do Centro Estadual de Mudanças Climáticas (Ceclima), Luiz Ernesto Piva, o professor Neliton Marques e a coordenadora do Centro de Ciências do Ambienta (CCA), Terezinha Fraxe.
Poder decidir onde cada investimento deverá ser implementado é um diferencial que tem trazido benefícios mais concretos no dia-a-dia das comunidades, argumentaram os ribeirinhos. Isso porquê contribui para um envolvimento real das famílias no processo, além de fazer com que atividades de geração de renda compatíveis com cada vocação sejam implementadas. Para José Roberto Nascimento, morador e presidente da Associação de Comunidades Sustentáveis da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, esse fator é decisivo para êxito de boa parte dos projetos implementados.
“A reserva do Rio Negro vem se mostrando um exemplo. Antes, nós tínhamos que derrubar árvore senão morríamos de fome. Com a criação da reserva e a chegada do programa podemos finalmente dizer que nosso interesse é manejar madeira, mas de forma legal, sustentável, correta. Deixamos de derrubar sem planejar, agora o manejo é justo com a natureza e com nossa consciência”, destaca.
O coordenador do Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc), Antônio Carlos Witkoski, destacou que o Bolsa Floresta tem um perfil claramente não-assistencialista. Ele enfatiza que os benefícios do programas são vistos em resultados práticos, diferente dos projetos implementados no restante do país.
“O Bolsa Floresta não é um programa assistencialista. Estou convencido intelectualmente que não é. Ã? um programa diferente, que mostra estar distante de outras iniciativas que engravidaram o Brasil. Estive na RDS Uacari e vi in loco o desenvolvimento do Programa. Conversei com pessoas simples, pessoas comuns, que são bastante claros em dizer que o PBF tem feito uma diferença real, importante na vida deles”, comenta.
Os ribeirinhos também destacaram que as associações comunitárias cadastradas no Programa estão mais fortalecidas. A cada ano o envolvimento com a iniciativa tem aumentado, e o anseio é ter cada vez mais representatividade junto ao poder pUblico. Ã? o que revelou o presidente da associação de comunidades da RDS Rio Amapá, Edmar Pereira de Souza.
“Nossa associação tem ganhado força nas reuniões, temos conseguido mais voz. Vamos lutar por um olhar cuidadoso do poder pUblico. Queremos parcerias com a universidade, queremos parceria com o Ceuc, queremos parcerias com esses órgãos. O Bolsa Floresta tem nos fortalecido, precisamos contar com esses órgãos também”, finaliza.
XI Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta
O XI Encontro de Lideranças do Programa Bolsa Floresta (PBF) segue nesta quarta-feira. Ã?s 11h30 será assinado um convênio entre FAS e INPA, que deve levar tecnologias sociais desenvolvidas pela academia para UCs atendidas do PBF. Participarão do evento o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana e o diretor do INPA, Adalberto Val. A assinatura acontece no Centro de Formação Maromba, na Rua da Maromba, Bairro Chapada, Zona Centro-Sul de Manaus.