Protetor da floresta: aprendizados e esperanças de um jovem ribeirinho na educação ambiental da Amazônia - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
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Protetor da floresta: aprendizados e esperanças de um jovem ribeirinho na educação ambiental da Amazônia

Protetor da floresta: aprendizados e esperanças de um jovem ribeirinho na educação ambiental da Amazônia
fevereiro 19, 2021 FAS

Protetor da floresta: aprendizados e esperanças de um jovem ribeirinho na educação ambiental da Amazônia

Jovem beneficiário de um dos cursos Fundação Amazonas Sustentável promove ações de monitoramento em unidade de conservação.

19/02/2021
Pessoas reunidas em curso de monitoramento ambiental promovido pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e Petrobras, realizado na comunidade do Tumbira, situada no município de Iranduba, no Amazonas.

A conservação da Amazônia passa pela educação ambiental e a conscientização de que proteger a floresta é uma responsabilidade de todos. Um dos jovens protetores é Giovani Garrido Mendonça, 23 anos, morador da comunidade do Tumbira, situada no município de Iranduba, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro. Nesse local remoto, localizado a 64 quilômetros de Manaus e cercado de belezas naturais, Giovani é um dos comunitários que assumiu a missão de preservar esse paraíso amazônico para a atual e futuras gerações.

Para cumprir esse propósito, Giovani participou do curso de monitoramento ambiental promovido pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e Petrobras, com o objetivo de levar ações de desenvolvimento sustentável para comunidades ribeirinhas nas bacias dos rios Solimões e Amazonas. No curso, Giovani aprendeu a identificar e monitorar espécies da fauna local.

“Mais do que identificar as espécies, nós aprendemos como fazer esse controle, quais espécies são mais comuns e quais são mais difíceis de encontrar na região. O curso envolve outras comunidades da reserva, 19, no total. Agrega conhecimentos e valores entre as comunidades, pois sei de uma área onde passam mais animais e outras pessoas não sabem e posso passar esse conhecimento a elas”, declara o jovem.

Para Giovani, esse intercâmbio de conhecimento é fundamental para a sobrevivência do povo ribeirinho. “Ao longo do tempo que vivi na comunidade, aprendi várias coisas. Entre elas, foi que se não formos comunicativos e interagirmos, podemos perder muita coisa em conhecimento e cultura”, justifica o jovem. 

O ribeirinho e a família vivem do turismo, um dos principais atrativos do Tumbira. Para exercer essa atividade, é importante conhecer profundamente a Reserva. Giovani, que antes planejava terminar os estudos e se mudar para a capital, hoje quer aproveitar ao máximo as oportunidades que a região oferece e ajudá-la a prosperar. Por isso, se dedica a vários cursos que vão enriquecer sua formação, como o curso de monitoramento ambiental. 

“Faz bem eu saber o que se passa na Reserva. Já trabalho com pesquisa junto ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o curso da FAS só veio agregar mais conhecimento. Aprendemos muitas coisas, espécies que não sabíamos que tinha em nossa reserva. Por exemplo, passei 2 anos trabalhando com o Inpa para ver uma espécie rara, que é o cachorro-vinagre e só agora dentro do curso que conseguimos registros desse animal”, diz Giovani. 

A vontade de entender mais sobre o lugar onde vive motivou Giovani a participar da formação em monitoramento ambiental. No curso, ele também aprendeu a dialogar mais com os moradores da comunidade para fazer o mapeamento dos animais que habitam a área.

“Temos um trabalho com as pessoas que caçam e trazem esses dados para nós: se têm muitas espécies frequentes e se está descendo muita caça para a região. Muitas pessoas pensam que estamos fazendo fiscalização. Se chegarmos na casa de um comunitário e não soubermos explicar o que estamos fazendo, somos barrados. Mas se tivermos uma boa conversa, as pessoas vão ajudar, porque sabem que vai ter resultado para a própria Reserva”, conta o monitor. 

Para Giovani, participar do curso o fez cuidar e valorizar mais a floresta. “Não adianta saber que tem uma espécie em risco de extinção, se eu não vou fazer um trabalho para futuramente ainda termos aquela espécie. Me sinto responsável nessa área. Tenho a consciência que esse trabalho  não é somente por mim. Muitos jovens, crianças que estão nascendo agora, precisarão ser cuidadores para não ter a lembrança de que tal ano foi a última vez que vimos uma espécie na nossa reserva”, defende.

O jovem deseja que mais pessoas participem de ações de conscientização ambiental e tornem-se engajados na proteção da diversidade amazônica.

“Ter outros jovens trabalhando comigo tem expansão maior do trabalho que fazemos. É importante cuidar do que é nosso, pois um dia podemos perder tudo isso e ficar só na lembrança. Se nos juntarmos e fazermos um bom trabalho, pode render por anos e anos e ter um futuro melhor. Trata-se de uma responsabilidade maior de nos tornarmos protetores da floresta”, finaliza Giovani. 

 

Sobre o Projeto Amazonas Sustentável

O projeto “Amazonas Sustentável” é uma iniciativa da FAS, em parceria com a Petrobras, com o objetivo de promover a conservação ambiental, contribuir para o desenvolvimento local e melhoria das condições de vida ribeirinha. As comunidades beneficiadas diretamente estão distribuídas ao longo de cinco Unidades de Conservação do Amazonas: as Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Uacari e do Rio Negro, a Reserva Extrativista Catuá-Ipixuna e a Área de Proteção Ambiental do Rio Negro. Essas unidades são geridas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (Sema). A FAS também possui parcerias com mantenedores como Bradesco, Lojas Americanas, Samsung, Coca-cola Brasil e Fundo Amazônia.