O dia internacional da mulher, celebrado neste 8 de março, mais do que uma data de comemoração, deve ser um lembrete do papel fundamental da força e do protagonismo feminino para a sociedade. E esta função é ainda mais evidenciada quando o recorte são os povos da floresta.
Entendendo a importância e o peso do protagonismo feminino na conservação da floresta em pé, a FAS acumula histórias de mulheres que mudaram a vida através da arte, da conexão com a ancestralidade, do empoderamento pessoal e comunitário e do compartilhamento de conhecimentos.
Por exemplo, no Programa Bolsa Floresta, iniciativa da FAS de pagamento por serviços ambientais nas 16 Unidades de Conservação onde a Fundação atua, 86% dos favorecidos são mulheres chefes de família. Isso significa que aproximadamente 7,7 mil mulheres ribeirinhas têm, com auxílio do benefício, a chance de serem protagonistas da própria história pelo empoderamento financeiro.
Quem são as guardiãs da floresta
Quando falamos em guardiãs da floresta, pensamos em mulheres de comunidades tradicionais indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Esta situação, no entanto, não deve ser entendida como fator de vulnerabilidade social dessas populações, mas revela que estas lideranças rompem com os padrões impostos pela sociedade.
Por exemplo, a artista indígena Shirley Tomaz, que vive no Parque das Tribos, comunidade urbana em Manaus, acredita na conexão com a ancestralidade como forma de fortalecimento para enfrentar a opressão da sociedade sobre as mulheres.
“Ser uma mulher indígena na Amazônia é não se deixar moldar pelos padrões que a sociedade nos impõe. Ser artista e artesã é se reconectar com nossa família, nossa origem e nossos ancestrais e isso nos deixa mais fortes para enfrentar o mundo”, afirma.
O machismo também atravessa mulheres amazônicas no campo profissional. Valcleia Soledade, Superintendente de Desenvolvimento Sustentável da FAS e liderança Amazônica explica que esta ainda é uma realidade cotidiana. No entanto, isso não impede que ela sinta gratidão por morar e fazer parte da Amazônia
“A gente vai vencendo essas barreiras todos os dias quando a gente demonstra o nosso trabalho, quando deixamos nosso legado e quando, de alguma forma, viramos exemplo para as pessoas”, analisa.
Para além da comemoração, que o dia da mulher seja uma data de reflexão e homenagem àquelas que trabalham em prol da floresta em pé. Seja as mulheres que perpetuam o modo de vida tradicional, que estão no enfrentamento cotidiano em seus territórios ou as lideranças que trabalham para dar apoio direto ou indireto na defesa da Amazônia.
Por Equipe de Comunicação