Não é de hoje que estamos vivendo grandes eventos causados pelas mudanças climáticas – o que, infelizmente, não tem previsão para acabar. Pelo contrário, estamos caminhando gradualmente em direção a um cenário ainda mais caótico. Recentemente, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) lançou um relatório afirmando que “existe 98% de probabilidade de que um dos próximos cinco anos seja o mais quente já registrado.”
Para quem não conhece, o recorde atual é de 2016, quando foi registrada a temperatura média global de 1,3°C a mais do que a temperatura pré-industrial, calculada entre 1850 e 1900. No ano passado, esse aumento foi de 1,15°C, conforme destaca o relatório. Outro fator preocupante que o documento aborda é que, pela primeira vez na história, existem chances de atingirmos o tão temido aumento de 1,5°C em relação ao nível pré-industrial. Existe uma probabilidade de 66% de que isso aconteça durante os próximos cinco anos. Para se ter ideia, no relatório divulgado no ano passado, essa probabilidade era de 50%.
A Amazônia também é citada três vezes neste relatório, em trechos que apontam que é provável haver menos chuvas na floresta em 2023, em relação à média de 1991 a 2020. Isso impacta diretamente a produção agrícola brasileira, uma situação muito preocupante que a ciência já vinha alertando ao longo dos últimos anos.
Toda essa mudança se deve à emissão dos gases de efeito estufa, que retêm o calor, e ao fenômeno meteorológico El Niño, geralmente associado ao aumento de temperaturas em algumas regiões e fortes chuvas em outras. Outro motivo que também influencia essa mudança que o planeta está prestes a viver é o aumento na incidência de queimadas, que passaram a ocorrer em grande escala e a afetar diretamente a vida de todas as pessoas que vivem tanto em pequenas quanto em grandes cidades. Essa situação afeta não somente a Amazônia, mas todo o Brasil, uma vez que os incêndios florestais interferem diretamente no regime de chuvas. Logo, precisamos destacar que: quanto mais queimadas, menos chuvas.
As queimadas afetam diretamente o ciclo hidrológico, que permite que a água circule constantemente pelo planeta, ajudando a desenvolver a vida na Terra. Precisamos estar atentos às mudanças climáticas e atender às necessidades de ter instrumentos e ações capazes de combater os incêndios florestais.
A Amazônia é uma das grandes vítimas dessas mudanças. Para ajudá-la, precisamos ter a consciência de que, a cada dia que passa sem termos ações articuladas e globais de combate à crise climática, é tempo perdido no relógio do planeta Terra.