EMPODERAMENTO – Fundação Amazônia Sustentável

EMPODERAMENTO

Amazônia é nome feminino. Terra das míticas ykamiabas, de revolucionárias cabanas, de Ângela Mendes, Sônia Guajajara e outras milhões de mulheres, do passado e do agora, que constroem a identidade da região. Não existe caminho para conservar a floresta amazônica sem o empoderamento das pessoas que nela vivem, e as mulheres estão no centro desse processo.

Em toda Amazônia Legal, as mulheres são a maioria. No estado do Amazonas, o maior do país, elas são 50,2% da população de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022. Mesmo assim, seguem largamente subrepresentadas e desvalorizadas na ciência, na política e no trabalho formal. Nas Amazônias do campo e da floresta, as mulheres são o grupo com as menores taxas de escolaridade, que recebe salários menores e tem menos chances de emprego.

A FAS trabalha ativamente para reduzir as desigualdades de gênero na Amazônia. Parte da estratégia da fundação é a realização de programas e projetos que fomentem o empoderamento, o que envolve capacitações de mulheres, e iniciativas de transferência e geração de renda que incluam o público feminino.

Crédito: Samara Souza

Na execução do Bolsa Floresta, política pública estadual implementada pela FAS desde 2008 e em 2022 convertida no Programa Guardiões da Floresta, as mulheres representam 86% do público beneficiário, garantindo renda para suas famílias dentro das Unidades de Conservação. “Destinar o pagamento do programa para as mulheres em nome das famílias traz à tona a questão do empoderamento, da importância do papel da mulher não só na vida comunitária, mas na sociedade como um todo”, aponta a superintendente de Desenvolvimento Sustentável da FAS, Valcléia Solidade. 

A FAS estimula o empreendedorismo feminino em comunidades ribeirinhas na Amazônia. Em cadeias produtivas sustentáveis como o turismo de base comunitária, a produção de farinha e açaí e o artesanato, as mulheres estão à frente de negócios e associações que aquecem a economia local. A fundação oferece assistência técnica e capacitação a empreendedoras como Neurilene Cruz, que gere o Restaurante Sumimi na Comunidade Três Unidos, às margens do Rio Negro, interior do estado do Amazonas.

“São as mulheres da comunidade que cuidam do restaurante. A gente todo tempo feliz, animada, trabalhando juntas. Os ingredientes que a gente usa no restaurante, a maior parte são coisas daqui. Eu pego a macaxeira, o cubiú, os peixes também são daqui”.

Neurilene Cruz, empreendedora e indígena do povo Kambeba

As mulheres também são destaque nos esportes na Amazônia. Modalidades com raízes nas culturas indígenas, como a canoagem e o arco e flecha, são fortalecidas com iniciativas da FAS. Em 2022, em parceria com a Embaixada da Irlanda, a fundação realizou a 2ª edição do Campeonato Indígena no rio Cuieiras, localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro. Na prova feminina de 500 metros, a vencedora foi Thaís Araújo.

FAS e Confederação Brasileira de Canoagem realizam 2ª edição do Campeonato de Canoagem Indígena

“Foi amor à primeira vista”, declara a atleta. Thaís faz parte do projeto de incentivo à canoagem indígena realizado pela FAS com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa).

“Quando nós olhamos todo mundo queria entrar”, fala ela, relembrando o princípio dos treinos. Aí quando foi em duas semanas eu consegui pegar o equilíbrio direito. Desde lá, eu sempre vou remar de manhã, de tarde. Eu amo fazer isso, é minha paixão”.

Em maio do ano passado, Thais foi medalhista de ouro na Copa Brasil e Controle Nacional de Canoagem Velocidade, disputada no município de Capitólio, em Minas Gerais.

As iniciativas da FAS em empoderamento também contam com o apoio da Secretaria de Educação e Desporto do Governo do Estado do Amazonas, Americanas S.A., Bradesco, entre outras instituições parceiras.